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7 ações têm a pior semana de 2015 na Bolsa; Itaú e Bradesco estão na lista

22/05/2015 18h20

SÃO PAULO - O Ibovespa encerrou nesta sexta-feira (22) sua pior semana do ano, puxado principalmente pelas ações dos bancos, que caíram em meio a rumores do fim dos juros sobre capital próprio e expectativa do aumento da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), anunciada nesta manhã. Em meio a essa "maré vermelha", apenas 9 das 66 ações do Ibovespa fecharam em alta, enquanto sete registraram sua pior semana na Bolsa no ano, sendo quatro delas do setor financeiro. Cielo (CIEL3), embora não tenha figurado entre as maiores baixas do índice, marcou também sua pior semana diante de rumores sobre taxação dos dividendos.  

Entre os bancos, o Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC3; BBDC4) marcaram sua pior semana do ano na Bolsa, com quedas próximas de 9%. O Banco do Brasil (BBAS3) também caiu nessa linha, mas registrou sua pior semana desde janeiro deste ano, enquanto Santander (SANB11) teve seus piores cinco dias do ano, embora tenha caído menos (-7%). A holding Itaúsa (ITSA4, R$ 9,00, -6,74%), controladora do Itaú, também registrou sua pior semana de 2015.

Em comum, essas ações caíram em todos os últimos dias. Isso porque a medida do governo deve gerar, em média, queda de 5,4% no lucro dos bancos em 2016, segundo análise do Credit Suisse. Entre eles, o menos impactado será o Santander (efeito de -5,1% no lucro líquido), enquanto o mais afetado será o Bradesco (-5,9%).

Um cenário, no entanto, que não afeta somente os bancos. As seguradoras serão ainda mais impactadas e não escaparam da forte queda na semana também. Porto Seguro (PSSA3, R$ 35,80, -8,21%), Sul América (SULA3, R$ 13,63, -4,69%) e BB Seguridade (BBSE3, R$ 33,83, -8,20%) caíram em 4 dos cinco pregões na semana. Segundo o Credit, elas serão, em média, terão seus lucros impactados em cerca de 5,6%. Delas, a mais afetada será a Sul América (-6,6%), mas foi a BB Seguridade que registrou sua pior semana da história na Bovespa, lembrando que seu IPO (Inicial Public Offering) foi em 2013. 

Elétricas

Além dos bancos, chamaram atenção as ações das elétricas, com destaque para Cemig (CMIG4), que no setor registrou a maior queda semanal. O papel marcou sua pior semana desde outubro do ano passado. Isso porque o ntem  a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) negou um pedido feito pelas hidrelétricas para que a agência deixasse de cobrar dessas geradoras pelo montante de energia que elas não conseguiram entregar em decorrência da escassez hídrica.

No setor, os papéis da Cesp (CESP6, R$ 19,45, -6,89%), CPFL Energia (CPFE3, R$ 19,69, -4,93%), Energias do Brasil (ENBR3, R$ 10,75, -4,36%) caíram mais de 4% na semana. Segundo o Credit Suisse, esses papéis seriam os mais impactados a já que são empresas com grande participação de geração no valuation. 

Vale e siderúrgicas

Merece menção também os papéis da Vale e siderúrgicas que voltam a cair na semana depois do rali do preço do minério de ferro em abril que puxou para cima esses papéis no mês passado. Na semana, as ações da Vale (VALE3, R$ 20,26, -4,79%; VALE5, r$ 17,05, -4,16%) caíram mais de 4%, assim como Bradespar (BRAP4, R$ 10,95, -4,87%), holding que detém participação na mineradora. No setor siderúrgicas, destaque para Usiminas (USIM5, R$ 5,30,  -2,75%), CSN (CSNA3, R$ 7,20, -8,05%), Gerdau (GGBR4, R$ 9,21, -7,13%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 8,18, -9,70%), esta última figurando como a segunda pior ação do índice na semana.

Vale lembrar que Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 8,18, -9,70%), Bradespar, além da ação ordinária da elétrica Eletrobras (ELET3, R$ 6,70, -7,20%), foram fortemente impactadas na semana passada em meio à expectativa de que sairão o índice MSCI - acompanhando principalmente por investidores estrangeiros - no próximo rebalanceamento semianual que ocorrerá no dia 29 de maio. 

Já entre as altas...

Na semana vermelha da Bolsa, apenas 9 das 66 ações que compõem o Ibovespa encerraram em alta. O destaque ficou com a Embraer (EMBR3), que disparou 8,03%, a R$ 25,15, entre anúncios e disparada do dólar. Ontem, a companhia comunicou que assinou com a Azul um acordo final para a encomenda firme de 30 jatos do modelo E195-E2, confirmando carta de intenções anunciada em julho do ano passado, disseram em comunicados nesta quinta-feira. O acordo envolve ainda direitos de compra para 20 jatos adicionais do mesmo modelo. Caso os direitos sejam exercidos, o contrato pode chegar ao valor estimado de US$ 3,2 bilhões, pelo preço de lista.

Já na terça, a empresa anunciou  pedido firme com a Tianjin Airlines, subsidiária do Grupo HNA, para 22 aeronaves E-Jets estimado em US$ 1,1 bilhão. Serão 20 E-195 e 2 E-190-E2. Além disso, a fabricante de aeronaves anunciou a venda de um jato executivo de médio porte Legacy 500 à Middle EastAirlines - Airliban (MEA), empresa aérea nacional do Líbano, e de um avião executivo de maior porte Legacy 650 para a alemã Air Hamburg.

Além dela, subiram as ações da Cia Hering (HGTX3, R$ 13,78, +4,79%) depois de desabar 25% após divulgação do balanço do primeiro trimestre no começo desse mês até a semana passada, além dos papéis do setor de educação Estácio (ESTC3, R$ 18,90, +5,82%) e Kroton (KROT3, R$ 12,56, +1,45%). As educacionais subiram com notícias de que a presidente Dilma Rousseff estuda a possibilidade de abrir novos contratos do Fies este ano.  

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód.AtivoCot R$% Semana
 BBDC4BRADESCO PN29,10 -9,85
 GOAU4MET GERDAU8,18 -9,70

 BBAS3

BANCO DO BRASIL23,35 -9,28
 BRKM5BRASKEM13,25 -9,25

 ITUB4

ITAÚ UNIBANCO35,30 -8,83


As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód.AtivoCot R$% Semana
 EMBR3EMBRAER ON25,15 +8,03
 ESTC3ESTÁCIO18,90 +5,82
 HGTX3CIA HERING13,78 +4,79
 OIBR4OI PN6,40 +4,23

 MRFG3

MARFRIG4,24 +3,92