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Isenção de LCI e LCA pode acabar; o que isso muda para os investidores?

29/05/2015 09h06

SÃO PAULO – Com a alta taxa de juros atualmente no Brasil, investir na renda fixa tem se tornado uma opção cada vez mais atrativa. Dentro da renda fixa, os dois títulos que são os atuais queridinhos do mercado são as LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e as LCA (Letras de Crédito do Agronegócio), especialmente por contarem com isenção de Imposto de Renda.

Essa isenção fez com que as aplicações nessas letras de crédito tivessem sua procura muito aumentada por investidores no Brasil. No entanto, com a atual situação econômica no país, com aperto de gastos por parte do governo federal, existem rumores de que a vantagem fiscal desses produtos financeiros pode acabar em breve. No entanto, o que aconteceria caso isso realmente viesse a acontecer?

Aldo Pessagno, que é Sócio Diretor da Manhattan Investimentos e CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF, destaca que com o potencial fim da isenção de imposto de renda, os investidores começariam a migrar para outras opções de investimento, como fundos de investimento.

Já Guilherme Carvalho da AZG Investimentos, que também é CFP, relata que essa migração também deve acontecer em direção aos CDB (Certificados de Depósito Bancário), uma vez que, para o investidor, a diferença entre um CDB e uma LCI, na prática, não será nenhuma. Carvalho, no entanto, ressalta que não há como saber com certeza se a isenção realmente acabará.

Pessagno comenta que, apesar da atual vantagem tributária, é possível encontrar CDB que, mesmo com a cobrança do Imposto de Renda, são opções atrativas de investimento. “É possível achar CDB pagando 120% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), é uma taxa muito boa e uma LCI, para se equiparar, precisaria render 102% do CDI, o que é difícil de encontrar”, relata.

Outro ponto que chama atenção na questão do fim da isenção de Imposto de Renda é a forma como as aplicações seriam taxadas. Em tese, o mais provável é que o governo cobre impostos apenas sobre novas aplicações. Contudo, Pessagno destaca que há prerrogativa legal para o governo taxar as aplicações que já estão em estoque, mesmo essa sendo a possibilidade mais remota.

O educador financeiro Álvaro Modernell aponta que as LCI e LCA terão que oferecer uma taxa de rentabilidade mais atrativa, caso queiram seguir sendo produtos competitivos em um eventual cenário de fim da isenção fiscal. “A cobrança de imposto de renda pode dar uma esfriada no mercado desses títulos”, assinala o especialista.