Eike pode ser convocado pela CPI da Petrobras para esclarecer contrato, diz Veja
SÃO PAULO - De acordo com informações da revista Veja desta semana, o empresário Eike Batista pode voltar aos holofotes. Desta vez, através da CPI da Petrobras.
Segundo a revista, corre na comissão um requerimento para que ele seja convocado a depor para falar sobre conexões de seus negócios com consultorias que faturaram para facilitar contratos milionários com o dinheiro público.
As suspeitas se voltam para as circunstâncias em que o consórcio Integra, constituído pela OSX Brasil e a Mendes Júnior, venceu a concorrência para fabricar duas plataformas de petróleo para a Petrobras, a P-67 e a P-70, ao custo de R$ 900 milhões cada uma. Até hoje, as obras não ficaram prontas.
O Integra conseguiu o contrato em agosto de 2012 e, meses depois, foi sua vez de contratar - pagou comissão de 4,5% da quantia citada no acordo, ou R$ 6 milhões, a uma empresa de consultoria, a Isolux/Tecna. O trabalho consistia em fazer um levantamento de fornecedores que oferecessem certos produtos a preços que coubessem no orçamento de R$ 132 milhões.
Contudo, afirma a revista, a Isolux/Tecna recebeu sua comissão, mas não prestou serviço algum, segundo dois ex-executivos do consórcio ouvidos pela revista. E é para esclarecer se existe algum vínculo irregular entre os dois negócios que o deputado Altineu Côrtes (PR-RJ) apresentou o requerimento de convocação de Eike à CPI.
O diretor da Isolux, Júlio Oliveira Silva, é bastante ligado, inclusive, ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que recebeu entre 2006 e 2013, segundo se comprovou até agora, R$ 29 milhões em consultorias a clientes como as empreiteiras OAS, UTC, Engevix, Galvão Engenharia e Camargo Corrêa, todas enredadas no esquema de corrupção da Petrobras. Quando negociou pela Isolux o contrato com o Integra de Eike, em 2013, Silva era ao mesmo tempo sócio de Dirceu em outra firma, a JD Consultoria, afirma a revista.
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