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Investidores ativistas crescem no Brasil e ajudam a gerir empresas

30/07/2015 14h50

SÃO PAULO – Quando se investe em uma empresa, você está à mercê das decisões da diretoria da companhia enquanto espera uma eventual valorização das ações ou distribuição de dividendos, correto? Não necessariamente. Uma tendência forte nos EUA e que cresce no Brasil é a de investidores ativistas, que geralmente são fundos de investimento que aplicam em empresas e interferem diretamente nas decisões corporativas delas de modo a ajudar sua gestão e fazer com que elas tenham um desempenho melhor.

O administrador e especialista em investimentos Daniel Arruda destaca que a indústria de fundos ativistas nos EUA cresceu de US$ 36,2 bilhões em 2009 para mais de US$ 120 bilhões em 2014. Além disso, esses fundos ainda apresentam uma boa performance, com desempenho bastante acima dos fundos de hedge, na média.

Arruda destaca que uma das principais vantagens desse tipo de investidor é a relação que ele cria com a empresa e acionistas, dando sugestões de ações que a gestão pode não estar olhando com a devida atenção, por exemplo. Em alguns casos existem até fundos ativistas que indicam conselheiros e diretores para as empresas.

No Brasil, Arruda conta que esse tipo de investimento era escasso até 2007. A partir desse momento, aconteceu um maior engajamento dos fundos com as empresas. Isso aconteceu especialmente por conta da ascensão do Brasil na época e a existência de várias empresas com boas oportunidades de crescimento.

Ele cita como exemplos de companhias que passaram por esse processo a BRF, Odontoprev, Hering, Pão de Açúcar. Celesc, Rodobens, Portobello, Log-In e Bematech. Entre os fundos ativistas ele destaca o Tarpon, Dynamo, Fama, Rio Bravo, Teorema e Guepardo.

Para o especialista, no entanto, a expectativa é de que esses investidores fiquem cada vez mais recorrentes no Brasil. “Com a piora na perspectiva econômica, muitas empresas que estavam indo bem agora enfrentam dificuldades importantes, passando por revisão no modelo de negócio e posicionamento. Esses fundos tem a missão de ajudar os acionistas nesse processo”, relata.