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Com R$ 1 milhão dá para largar tudo e viver de renda? Veja como investir esse dinheiro

Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas
Imagem: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

03/08/2015 08h53Atualizada em 04/08/2015 11h57

SÃO PAULO – Ter R$ 1 milhão na conta é o sonho de muitas pessoas. Afinal, com essa quantidade de dinheiro é possível fazer muita coisa, como comprar um bom apartamento em capitais brasileiras ou, ainda, um carro esportivo de luxo. No entanto, dá para viver de renda com esse dinheiro? 

Investir em títulos corrigidos pela inflação

Licelys Marques, planejadora financeira da Praisce Capital, afirma que até é possível viver de renda com esse dinheiro, mas a quantia a ser recebida em conta não será nenhuma cifra astronômica. “Dá para viver de renda se o investidor gastar pouco”, afirma a especialista.

Um investimento que a especialista sugere para aplicar essa quantia é o título Tesouro IPCA+ com cupons semestrais, do Tesouro Direto --programa de compra e venda de títulos públicos do governo federal. Esse título rende a inflação, mais uma rentabilidade determinada na hora da compra, e paga cupons semestrais ao investidor.

Atualmente, o título com vencimento para 2050 rende cerca de 6% ao ano, já descontando a taxa de custódia. O investimento não é isento de imposto de renda, o que significa que, no primeiro ano, a renda do investidor seria de R$ 3.942 e aumentaria até os dois anos do investimento, chegando a R$ 4.188 em valores corrigidos pela inflação.

Já no vencimento do título, o investidor pode resgatar o valor investido atualizado pela inflação, com acréscimo de juros semestrais. Com esse dinheiro, Licelys afirma que deve ser possível viver o resto da vida e, ainda, deixar uma herança para beneficiários.

Mix de renda fixa

Já Aldo Pessagno, da Manhattan Investimentos, aconselha o investimento na renda fixa após a acumulação de capital, de forma a deixar a carteira mais conservadora e manter uma rentabilidade interessante. “Nessa fase, apesar de nos restringirmos à renda fixa, temos um grande universo para trabalhar e alavancar os resultados”, afirma.

O especialista sugere uma carteira variada de investimentos, com aplicações no Tesouro Direto, em títulos bancários e debêntures. Considerando uma inflação de 9% ao ano e CDI (Certificado de Depósito Interbancário), a rentabilidade da carteira fica em 13,41%.

A renda nominal da carteira sugerida por Aldo fica em R$ 10.500 mensais em valores nominais, contra uma rentabilidade nominal de R$ 6.000 na poupança. No entanto, em valores corrigidos por uma inflação estimada em 9% ao ano, a rentabilidade fica em R$ 3.300 mensais.

Contudo, o passo mais importante que o investidor deve tomar é buscar uma boa assessoria de investimentos, para assim entender suas necessidades, objetivos, como alcançá-los com menos dificuldade e rever os investimentos periodicamente.

Confira a carteira recomendada por Aldo Pessagno abaixo:

TítuloLíquidezValor AplicadoRentabilidade BrutaImpostoRentabilidade líquida
Tesouro SelicDiáriaR$ 200 mil100% Selic20% (em média)11,4% ao ano
LCA Banco Original1 anoR$ 100 mil13,1% ao anoIsento13,1% ao ano
LCI Rodobens2 anosR$ 100 mil97% do CDIIsento13,82% ao ano
CDB Banco Pine3 anosR$ 100 mil

IPCA + 7,5% ao ano (16,5% ao ano)

15%14% ao ano
CDB Banco Semear3 anosR$ 100 mil120% do CDI (17,1% ao ano)15%14,53% ao ano
Tesouro IPCA+ 2019Vencimento 2019R$ 300 mil6,58% + IPCA15%13,24% ao ano
Debênture Rodovias do TietêVencimento 2028R$ 100 mil7,17% + IPCA (16,17% ao ano)Isento16,17% ao ano