Rebaixamento causa risco para investidores do Tesouro Direto? Especialistas comentam
SÃO PAULO – Após muita especulação, a agência Standard & Poor’s cortou a classificação de risco do Brasil, rebaixando-o para o grau especulativo e, imediatamente, a notícia causou bastante estardalhaço no mercado financeiro. Esse corte significa que o Tesouro Direto, programa de compra e venda de títulos públicos do governo federal, deixa de ser a aplicação mais segura do país?
A resposta de todos os especialistas sobre o tema é que o corte da nota não faz com que o Tesouro Direto se torne uma aplicação de risco para o investidor.
Alexandre Amorim, sócio da consultoria de investimentos Par Mais, destaca que o governo conta com muitas reservas em dólar, o que significa que tem uma grande margem de manobra para pagar sua dívida emitida pelo Tesouro Direto caso isso seja necessário.
Licelys Marques, planejadora financeira da Praisce Capital, segue a mesma linha. “O Tesouro tem um lastro muito grande, o pequeno investidor não tem que se preocupar”, afirma.
A planejadora só destaca que é preciso tomar cuidado com o título escolhido na hora de investir, mas não por causa de um possível calote e, sim, pela marcação a mercado e risco de desvalorização de títulos. “Quem aplica no Tesouro Direto pensando no curto prazo deve se manter na estratégia pós-fixada, que não tem volatilidade”, relata.
André Albo, sócio da Alta Vista Investimentos, também concorda que o risco de calote é extremamente remoto. O especialista afirma que esse tema não deve prejudicar o pequeno investidor. Ele afirma que a dívida externa é pequena em relação à dívida interna em reais e o governo tem condições de seguir se refinanciando. Para ele, o risco de calote é “muito próximo de zero”.
As paralisações que o Tesouro Direto passa eventualmente costumam dizer respeito à instabilidade das taxas de juros e não têm nenhuma relação com qualquer risco de calote do governo.
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