Veja 4 projeções para o dólar após o rebaixamento do Brasil
SÃO PAULO - Já estava sendo comum ver analistas apontando para o dólar em R$ 4 ou mais ainda neste ano. Porém, com o corte da nota do Brasil na quarta-feira (9), algumas casas de análise já atualizaram suas projeções e mostram que esse patamar histórico para a moeda norte-americana ante o real é praticamente inevitável. Confira abaixo as novas projeções:
Nomura
Logo pela manhã, a corretora japonesa Nomura, que na semana passada já havia revisado sua previsão para o dólar para R$ 4 no final de 2015, ressaltou que sua expectativa já se mostra otimista com o rebaixamento do Brasil.
Segundo o analista João Pedro Ribeiro, porém, há espaço para mais intervenções no câmbio via linhas de recompra de dólar, que podem ser ampliadas para conter o esperado enfraquecimento do real.
"A probabilidade de aumento de juros agora aumentam, embora ainda vemos como baixa essa possibilidade", afirmou a Nomura. O timing e perspectiva negativa da S&P surpreenderam, afirmou o analista, que destaca que, no front político, o rebaixamento pode ter impacto positivo de curto prazo, mas isso seria limitado.
Société Générele
Em relatório, o Société Générale afirma esperar que o dólar chegue a R$ 4,40 nas próximas oito semanas.
"Nós esperamos que o rebaixamento para abaixo do grau de investimento será um gatilho para saída de capital com os investidores estrangeiros ajustando os seus portfólios", avalia a equipe do banco. "Nós esperamos turbulências significativas e volatilidade excessiva no câmbio nos mercados locais hoje e na semana", afirma.
Além disso, o risco de rebaixamento por outras agências, como Moody's e Fitch, aumentou significativamente, segundo o banco.
JP Morgan
O banco de investimento JP Morgan prevê que o real chegará a R$ 4,10 até o final de 2015 e a R$ 4,35 até o final de 2016.
Ambos os valores previstos pela JP Morgan ficam bem acima do boletim Focus do Banco Central, que reúne a previsão de economistas e instituições financeiras. A expectativa divulgada na terça-feira, antes do rebaixamento, era de que o real fecharia em R$ 3,60 em 2015 e R$ 3,70 em 2016.
"O crescimento potencial do PIB brasileiro deve diminuir, dada a volatilidade macro, fazendo com que seja mais difícil para os agentes econômicos planejar investimentos", diz o relatório. A falta de capacidade para atingir equilíbrio fiscal pode deteriorar o controle da inflação, pondo em risco a política monetária esperada para 2016.
Itaú Unibanco
Em relatório intitulado "Brasil: Enfrentando o furacão", o Itaú afirma que "a piora do cenário econômico tem impactos importantes sobre a disponibilidade de financiamento externo nos próximos anos, elevando o risco-país e exigindo um ajuste ainda mais rápido nas contas externas".
Com isso, Ilan Goldfajn, economista-chefe do banco, elevou sua projeção para a taxa de câmbio para R$ 4 por dólar no fim de 2015, e para R$ 4,25 para o fim do próximo ano.
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