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OSX diz que Eike "jamais" teve participação em contrato com a Petrobras

Ricardo Moraes/Reuters
Imagem: Ricardo Moraes/Reuters

25/09/2015 08h14

SÃO PAULO - A OSX Brasil, empresa do grupo EBX, de Eike Batista, prestou esclarecimento em comunicado divulgado ao mercado sobre notícia do jornal "O Estado de S. Paulo", afirmando que um delator da Lava Jato envolveu a companhia em esquemas de propina na Petrobras. 

De acordo com a companhia, Eike, controlador da OSX Construção Naval e da OSX Brasil, jamais teve, em qualquer ocasião, ingerência sobre o contrato com a Petrobras no âmbito do consórcio Integra. 

O comunicado diz que a empresa, a convite da Mendes Júnior, passou a integrar, minoritariamente, um consórcio, operado pela própria Mendes Júnior com 51% de participação, que se transformou na chamada Integra Offshore.

"Tal consórcio foi formado porque a Mendes Júnior, que à época já mantinha negociações com a Petrobras, de quem recebeu convite, necessitava de um estaleiro para participar de um projeto naval. A OSX, por sua vez, possuía um estaleiro em construção, que era capaz de abrigar o empreendimento", afirmou. 

Conforme destaca o comunicado, o próprio acordo de formação da Integra faz distinção entre os sócios. O acordo diria que  a Mendes Júnior Trading se qualifica como sociedade convidada pois ela teria recebido convite para participar do RFP 0030402.11.8 lançado pela Tupi B.V., consórcio formado por Petrobras, BG Group e Petrogal Brasil, e Guara B.V., para execução dos serviços.

Em agosto de 2012, a Mendes Júnior e a OSX assinaram com a Tupi B.V. contrato para construção do topside e integração de plataformas para a exploração do pré-sal da Bacia de Santos. O projeto abrangia a execução de um dos pacotes de Módulos e da Integração de duas unidades dos FPSOs Replicantes: P-67 e P-70.

A OSX diz que a Integra possui sede própria, e seus funcionários são pessoas contratadas pela Mendes Júnior. "O acordo de sócios deixa bem claro, não só a obrigação de gestão da Mendes Júnior como em sua cláusula sexta estabelece, no que se refere à Petrobras: 'caberá à Mendes Júnior indicar um preposto da SPE [Integra] oriundo dos quadros da Mendes Júnior para assumir a responsabilidade pela interação e pelo fluxo de informações entre a SPE e a cliente e/ou a Petrobras, ou qualquer uma de suas afiliadas, no âmbito da execução pela SPE do contrato'.”

Na última quarta-feira (23), o Estadão publicou reportagem dizendo que Eduardo Vaz Costa Musa, ex-gerente-geral da área Internacional e delator da Lava Jato,  envolveu a OSX no esquema de corrupção.

De acordo com Musa, em 2012, quando já havia deixado a estatal e trabalhava como diretor de construção naval da OSX, a licitação para as contratações de dois navios-plataforma, P-67 e P-70 foram fraudadas pelo consórcio Integra, formado pela Mendes Junior e pela OSX.

O consórcio acabou vencendo a licitação de mais de US$ 900 milhões na época. Contudo, Musa disse não ter conhecimento se Eike sabia do esquema.