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Petróleo em alta, venda de negócios em baixa: veja cenários para Petrobras

Antonio Lacerda/Efe
Imagem: Antonio Lacerda/Efe

13/12/2016 09h55

SÃO PAULO - A Petrobras entra em 2017 em meio a dois movimentos distintos: a alta do petróleo nos mercados internacionais e a suspensão de novas vendas de negócios pelo TCU (Tribunal de Contas da União).

Este cenário, porém, não altera a recomendação de compra dos papéis da estatal pelo banco UBS, que estima uma valorização de 36,5% nas ações até o fim do ano que vem, com as ações preferenciais (PETR4), com prioridade na distribuição de dividendos, alcançando R$ 21,30, ante cotação atual de R$ 15,60. Da mínima do ano, de R$ 4,12 no começo de fevereiro, os papéis acumulam valorização de 278%.

Do lado negativo, o relatório aponta que é difícil estimar por quanto tempo vai durar a decisão do TCU de impedir que a Petrobras se desfaça de novos negócios, mas reitera a importância do programa de desinvestimentos da estatal.

"É fundamental para a companhia desalavancar [reduzir a dívida de] seu balanço no período de dois anos sinalizado pelos gestores. Os analistas do UBS estimam que a estatal deve vender US$ 15 bilhões em ativos em 2017 e 2018 e que a relação dívida líquida/Ebitda deve alcançar 2,8 vezes em 2018.

Para o UBS, o novo modelo de reajuste de preços dos combustíveis adotados pela gestão de Pedro Parente deve levar a novas altas, o que impulsionará os resultados operacionais.

No entanto, o movimento de resistência do Congresso aos avanços da Operação Lava Jato podem representar adiar a aprovação de projetos estruturais e aumentar a percepção de risco sobre os investimentos da Petrobras.

Analisando o cenário externo, o UBS destaca o impacto positivo dos acordos de corte de produção do petróleo por países membros e não-membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). O petróleo tipo Brent, referência no mercado, acumula valorização de 50% em um ano e atingiu os US$ 53,5 por barril, maior valor em 16 meses.

"Projetamos altas adicionais de preços no início de 2017 da ordem de 5% a 15%, se as condições macro se mantiverem estáveis", afirma o texto assinado por Luiz Carvalho e Julia Ozenda.