Venda de coroas fúnebres faz empresário faturar seu primeiro R$ 1 milhão
Foi vendendo coroas fúnebres que o jovem empresário Eduardo Gouveia, de 25 anos, conseguiu alcançar seu primeiro milhão, em menos de um ano. Formado em Administração de Empresas e pós-graduado em Marketing, ele abandonou o emprego para ser empreendedor quando identificou uma oportunidade que ninguém havia enxergado.
Em setembro de 2010, ele criou o site Coroas para Velório, um serviço online para compra e entrega de coroas de flores diretamente nos velórios e cemitérios de todo o país. No primeiro mês de atividade, somados os pedidos do site e via telefone, vendeu 17 coroas. Hoje, a lista aumentou para 500 pedidos mensais e, já no primeiro ano de atuação, a empresa chegou ao faturamento de R$ 1,5 milhão.
O segredo do sucesso de Gouveia está na parceria. Ele não possui floricultura própria, mas trabalha com 207 lojas espalhadas por todo o Brasil que são responsáveis pela entrega do produto. Nas capitais e grandes centros, o prazo é de 1h, já nas cidades do interior o tempo é de 1h30. "Não dá para demorar mais do que isso. O velório ou o enterro não vão esperar até que a coroa chegue para acontecer", afirma o empresário.
Para dar conta do prazo curto até mesmo em pequenas cidades do interior, a estratégia do empreendedor foi selecionar parceiros bem estruturados em grandes centros regionais com condições de atender o próprio município e as cidades no entorno. "Temos de ser rápidos no trabalho. Por isso, as floriculturas não podem ser muito pequenas, precisam ter condições de fazer as entregas dentro do prazo."
Morte do avô inspirou ideia de negócio
A visão de mercado surgiu em janeiro de 2010, quando o avô do empresário morreu. Na época, Gouveia ainda era funcionário da iniciativa privada e buscou na internet um site para efetuar a entrega de uma coroa em homenagem ao avô. Sem sucesso, ele ainda percorreu alguns bairros da capital paulista até encontrar uma floricultura que oferecesse o serviço. "Minha percepção, na hora, foi a de que não existia nenhuma praticidade para este serviço na internet."
Foi justamente esta dificuldade que despertou o interesse do empreendedor. Durante meses ele pesquisou profundamente o funcionamento de uma floricultura, preços das coroas, concorrência e até os números do setor funerário. "Percebi que há grandes floriculturas na internet e o mercado já está saturado. A oportunidade estava em vender coroas de flores", diz.
Principais clientes são empresas
Não comece um negócio inventando e gastando demais. Faça o simples e invista aos poucos, conforme o mercado se mostrar atraente
Eduardo Gouveia, criador da empresa Coroas para VelórioGouveia também notou que o principal público do seu negócio são as empresas. No começo, ele utilizou os contatos deixados no antigo emprego para divulgar o seu empreendimento e pediu para outros amigos entregarem panfletos publicitários em suas respectivas corporações. "Hoje, cerca de 85% dos nossos clientes são empresas privadas."
Largar um emprego estável com um bom salário é um dos pontos que mais desencorajam algumas pessoas a abrir o próprio negócio. Como a maioria, Gouveia sentiu um leve frio na barriga antes fazer a mudança, porém, não teve medo de arriscar. "Foi uma troca do certo pelo duvidoso. Mas, o momento era perfeito, sou jovem e não tenho pessoas que dependam de mim."
Comodidade e facilidade são diferenciais do serviço
As maiores vantagens oferecidas pela Coras para Velório é a facilidade efetivar as compras e agilidade na entrega. Além disso, caso um cliente não saiba onde o corpo esteja sendo velado ou enterrado, a própria empresa entra em contato com o serviço funerário local e levanta as informações. "Quando passamos as informações de endereço e horário para os clientes, eles percebem que a empresa é séria e sentem-se mais à vontade", afirma Gouveia.
Outro aspecto positivo destacado pelo empresário é a forma de pagamento. Algumas empresas privadas fazem um contrato e pagam todos os pedidos efetuados no mês em um único boleto. Já os clientes avulsos têm a comodidade de poder pagar até 15 dias após a compra. "Não é legal cobrar um cliente que acabou de perder um amigo ou colega. Por isso, damos um prazo maior."
Os sócios Eduardo Gouveia (à esquerda) e Bruno Peres (à direita) pretendem aumentar média de vendas para 2.000 coroas por mês até dezembro
Entrar em um ramo de atividade delicado como é o mercado funerário causou, no início, desconfiança por parte de alguns amigos. Poucos sabiam do potencial existente ali, mas hoje já percebem a comodidade e a facilidade em comprar este tipo de produto pela internet.
Gouveia diz que nunca se sentiu constrangido em falar do seu trabalho e enaltece a importância do tipo de serviço prestado. "Trabalhamos com as últimas homenagens. Nosso foco é viabilizar que o carinho e o afeto de amigos ou colegas sejam transmitidos aos familiares da pessoa que partiu."
O empreendedor, que começou a tocar o negócio sozinho, hoje já conta com um escritório alugado, dois funcionários e um sócio, o amigo Bruno Peres, 27. Os dois empresários estão otimistas e planejam um crescimento ainda maior para a empresa em 2012. "Nossa expectativa é aumentar a média mensal de vendas para 2.000 coroas e contratar uma pessoa para atender exclusivamente pedidos das grandes empresas", declara Peres.
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