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Você tem uma ideia nova de negócio? Procure uma incubadora de empresas

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

20/06/2012 06h00

Uma ideia nova de negócio na cabeça basta para empreendedores buscarem auxílio de uma incubadora de empresas. Essas instituições oferecem suporte gerencial e infraestrutura para que projetos inovadores se tornem possíveis, abrindo uma oportunidade de realização e sucesso.

COMO ENTRAR EM UMA INCUBADORA

  • 1

    Inovação

    Avalie se a sua ideia de negócios trata-se de uma inovação. Ela pode ser inovadora se apresentar uma melhora de algum produto e serviço que já existe no mercado

  • 2

    Pesquisa

    Descubra as instituições que atendem o seu segmento na sua região e fique atento aos calendários de inscrições

  • 3

    Proposta

    Apresente sua proposta a uma incubadora, inscreva-se nos processos seletivos e mostre o quanto a sua ideia é uma boa oportunidade de negócios

De acordo com a Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores), existem 384 incubadoras de empresas no Brasil. A maioria delas está ligada a universidades, mas existem também algumas vinculadas à iniciativa privada e a órgãos governamentais.

Em geral, elas oferecem consultoria administrativa, financeira e jurídica. O UOL listou as principais entidades que atuam no país.

Para que sua ideia seja aceita por uma incubadora, é preciso passar por um processo seletivo. Cada instituição adota um critério diferente, que pode variar de acordo com o setor de atuação da incubadora. Mas há um requesito universal: a inovação, que pode ser entendida também como o aprimoramento de algo já existente no mercado. 

Concorrência para ter ideia aceita pode ser alta

A concorrência para ter uma ideia aceita por uma incubadora pode ser alta. No Cietec (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia), uma das principais incubadoras de empresas do país ligada à USP (Universidade de São Paulo), por exemplo, apenas entre 10% e 15% dos projetos apresentados são selecionados a cada quatro meses.

Não é necessário apresentar o plano de negócios completo. Na fase de pré-incubação, as incubadoras ajudam os empreendedores a elaborar a estratégia de negócios, o estudo de viabilidade comercial, até a emissão do CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), caso a empresa ainda não tenha. 

Segundo a presidente da Anprotec, Francilene Procópio Garcia, além desse suporte recebido, estar em um ambiente de troca de conhecimento é um grande benefício para o empreendedor.

“Pelo fato de estarem em um espaço onde há várias empresas inovadoras, os empreendedores contam com inúmeras conexões, inclusive entre eles, favorecendo o crescimento do negócio e o acesso ao mercado.”

Isso porque no período de incubação propriamente dito, as empresas passam a funcionar dentro do espaço da incubadora, onde recebem suporte para sua atividade. Para isso, as instituições cobram aluguel para alocar as empresas. Este valor sofre alterações de acordo com a área ocupada e com a cidade onde estão localizadas.

Após incubação, empresas devem contribuir com instituições

Depois que são graduadas e se instalam em sedes prórias, as empresas nascentes passam a contribuir com as incubadoras com uma taxa que costuma ser uma fatia do seu faturamento durante o mesmo período em que recebeu ajuda. No Cietec, por exemplo, é de 2%.

O tempo de incubação é variável de acordo com o ramo de atuação do negócio. Empresas de tecnologia podem se graduar em três anos, já empreendimentos na área de biociência podem permanecer incubados por até oito anos.

Empresas incubadas sobrevivem mais

Segundo Garcia, a pesquisa mais recente da Anprotec, publicada em 2005, sobre mortalidade de empresas incubadas mostra que de todas as empresas que passaram por um período de incubação no país, cerca de 20% faliram até a data da pesquisa, enquanto 80% se mantiveram no mercado. 

Já a taxa de mortalidade geral de empresas no pais é de 26,9%, apenas nos primeiros dois anos de atividade, segundo pesquisa do Sebrae Nacional.

“Em geral, empresas apoiadas por programas de incubação possuem taxa de sobrevivência mais alta, uma vez que o apoio recebido se dá em fase crítica da empresa nascente: o início de tudo”, afirma.

Incubadora recebe inscrições durante todo o ano

Em São Paulo (SP), o Cietec (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia), instituição é ligada à USP (Universidade de São Paulo), aceita incubar ideias de todas as áreas.

As inscrições podem ser feitas durante o ano inteiro e a cada quatro meses há uma chamada para entrevistas com os idealizadores dos melhores projetos. Se aprovadas, as empresas são incubadas.

De acordo com o diretor-executivo do Cietec, Sergio Risola, apesar de a incubadora estar dentro do campus da USP, o empreendedor não precisa ter vínculo com a universidade para ter a empresa incubada.

“Não há limite de idade. Pode ser o jovem estudante ou o executivo de 50 anos, que teve uma ideia de negócio, deixou a iniciativa privada e abriu a própria empresa”, declara.

Área de biociências precisa de certificados sanitários e de boas práticas

Focada na área de biociências, a incubadora Habitat, vinculada à Biominas Brasil, em Belo Horizonte (MG), é referência nacional dentro de sua especialidade.

A diretora da Habitat, Angélica Salles, afirma que o longo período de incubação das empresas na área de biociências (de seis a oito anos) se deve à exigência de certificados sanitários e de boas práticas, que podem levar mais de dois anos para serem emitidos.

“Nós ajudamos a empresa a regularizar toda esta documentação para depois começar a produção.”