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Ex-sacoleira de sapatos femininos cria mais de 20 lojas em 30 anos

Telma Maia Polo passou de sacoleira de sapatos a empresária, e é dona da rede de franquias Lessô - TuziOliveira Fotografia
Telma Maia Polo passou de sacoleira de sapatos a empresária, e é dona da rede de franquias Lessô Imagem: TuziOliveira Fotografia

Larissa Coldibeli

Do UOL, em São Paulo

05/11/2012 06h00

Há cerca de 30 anos, a enfermeira Telma Maia Polo já fazia sucesso vendendo calçados no hospital em que trabalhava como chefe do centro cirúrgico em São José do Rio Preto (438 km a noroeste de São Paulo). Ela incrementava sua renda revendendo sapatos comprados na capital.

“Eu era sacoleira, viajava e voltava com malas e malas cheias de pares. Vendia para as amigas dos hospitais da cidade”, conta. Hoje, ela está à frente da rede de lojas de sapatos e acessórios femininos Lessô, fundada por ela há 28 anos e que possui duas lojas próprias e 16 franquias nas regiões Centro-Oeste, Nordeste, Norte e Sudeste. Fora isso, tem lojas de outras marcas.

Polo enfrentou as dificuldades típicas das sacoleiras –fazer longas viagens e carregar sacolas pesadas. “Quando meu pai viu o que eu passava, pagou meu irmão para me acompanhar e me ajudar a carregar o peso”, diz.

Já naquela época, a vocação comercial de Polo era tão grande que não demorou para que ela trocasse de profissão e apostasse suas fichas numa loja de calçados. Alugou a garagem de uma amiga e montou o estabelecimento com apenas algumas prateleiras e poltronas para que as clientes pudessem experimentar os sapatos.

A sorte é que a garagem da amiga ficava ao lado de uma famosa butique da cidade. Então, o movimento de mulheres era grande. Segundo ela, mesmo as clientes chiques da butique entravam por "curiosidade" na sua garagem e encontravam sapatos diferentes dos que havia na cidade.

“Fui criando relacionamento, conquistando clientes. Cuidava de todas as atividades da loja e, quando ia ao banco, levava a sacola de sapatos para vender. Até hoje tenho clientes daquela época e continuo levando os produtos até elas, mas agora são motoboys que levam os sapatos na casa das clientes para elas experimentarem”, diz.

Relacionamento garantiu clientes e parcerias comerciais

  • Divulgação

    A marca própria Lessô está se expandindo por meio de franquias

O relacionamento sempre foi o forte da empreendedora, tanto com clientes, quanto com fornecedores. Segundo Polo, isso garantiu parcerias e exclusividade de modelos por parte dos fabricantes.

Durante a transição de sacoleira a empresária, ela foi sofisticando seus produtos e adaptando o negócio. Polo foi uma das primeiras a vender as marcas Arezzo e Victor Hugo no interior. Ela mantém duas lojas multimarcas e uma da Victor Hugo, de sapatos, bolsas e carteiras, além da marca Lessô.

A expansão por cidades do interior inicialmente foi um processo natural, segundo a empreendedora, mas a Lessô já está em capitais como Rio de Janeiro e Brasília.

Hoje em dia, em vez de viajar para São Paulo para comprar por atacado, ela visita a Europa e os Estados Unidos em busca de inovação para seus produtos, que são fabricados por parceiros no Brasil. Alguns dos modelos são exclusivos para sua marca.

“Junto com meus fornecedores, invisto em pesquisa e desenvolvimento”, declara. A rede apresentou crescimento de 10% no faturamento em 2011 e possui duas linhas diferenciadas de produtos -a Mezzo Punto, de sapatos sofisticados e que é de uma empresa desvinculada da Lessô, e a Lessôzinha, de tamanhos infantis.

Polo já foi conselheira do Conselho da Mulher Empresária e Empreendedora, da qual foi fundadora, e diretora da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto.

Por seu empreendedorismo, Telma ficou entre as 10 finalistas do prêmio Mulher de Negócios do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), em 2010.