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Marcas de cerveja criam franquias com opções de R$ 10 mil a R$ 1 milhão

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

30/11/2012 06h00

Pequenos empreendedores podem atuar no mercado de bebidas tendo por trás grandes marcas. Brahma e Devassa, por exemplo, já oferecem formatos de negócios que vão de carrinhos de chope, com custo inicial a partir de R$ 10 mil, a botecos espaçosos, cujo investimento pode chegar a R$ 1 milhão.

Há também redes como a Mr. Beer que atua na venda de cervejas artesanais e importadas, as chamadas premium. Um quiosque da franquia custa a partir de R$ 130 mil.

Para Márcio Tadeu Aurélio, sócio da consultoria Aurélio Luz Franchising & Varejo, o consumo de cerveja no Brasil é crescente, principalmente entre as mulheres. Além disso, o preço é mais acessível quando comparada a um vinho ou outras bebidas alcoólicas mais sofisticadas.


Por outro lado, o empreendedor que pensa em investir em uma franquia no setor precisa estar preparado para enfrentar a concorrência de bares, botecos, casas noturnas e até de supermercados. “Se ele quer montar um quiosque em um shopping, por exemplo, o faturamento pode não ser o esperado caso já haja duas redes em operação no local e um supermercado que venda cervejas”, diz.

Setor tem modelos diferentes de negócios

Entre as franquias que atuam no segmento de cervejas, existem diferentes formatos. Segundo Aurélio, os carrinhos de chope são mais adequados para praias e espaços de festas, sendo mais bem aproveitados como um negócio complementar.

O fato de ser um negócio móvel não dispensa necessidade de alvará de funcionamento. O empresário precisa de autorização da Prefeitura para atuar dentro de uma região. O processo para conseguir o documento, geralmente, é acompanhado pela franqueadora.

Quiosques de chope são melhores para shoppings ou galerias onde há grande fluxo de pessoas. Já as cervejas premium têm como público principal consumidores das classes A e B, mas a nova classe média já começa a experimentar o mercado. “A elevação de renda destes consumidores possibilita que eles conheçam novas marcas”, afirma o consultor.

Consumidor de cerveja premium requer mais atenção

De acordo com Aurélio, as franquias de cerveja premium tendem a crescer no Brasil. Existem cervejarias artesanais de pequeno porte que precisam de pontos de venda. Comercializar estes rótulos pode ser um diferencial em relação aos supermercados.

No entanto, trabalhar com produtos pouco conhecidos exige treinamento por parte do franqueado e de seus funcionários. A equipe tem de conhecer cada cerveja e prestar uma espécie de consultoria ao cliente. “Ter afinidade com o segmento e conhecer o mercado é fundamental”, declara Aurélio.

Ponto comercial deve estar adequado ao público

Para o diretor administrativo da ABF (Associação Brasileira de Franchising), José Carlos Semenzato, o empreendedor deve ter cuidado com o ponto comercial. Antes de fechar o contrato, é importante avaliar se o produto oferecido é adequado ao público local.

Franquias de bares e botecos, geralmente, funcionam aos finais de semanas e durante a noite. Uma alternativa para o futuro franqueado ter um pouco mais de liberdade de horários é nomear um gerente para comandar nesses períodos. “O empreendedor pode, assim, ficar à frente do negócio em horários comerciais”, diz Semenzato.

O diretor administrativo da ABF afirma ainda que por lei é proibida a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos. Para evitar problemas, ele recomenda treinar funcionários para não efetuar a venda para menores. "É importante escolher colabores com trajetória profissional íntegra que não fujam à regra.”