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Carro elétrico é inviável no mercado brasileiro, diz consultoria

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Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

09/01/2013 14h50

Um estudo divulgado nesta quarta-feira (9) pela consultoria Maksen, em parceria com o Insper e com o Lisbon MBA, afirma que a produção comercial do carro elétrico seria inviável no mercado brasileiro, por conta dos elevados custos de produção e da pouca participação deste tipo de veículo no mercado.

O estudo levou em consideração quatro fatores que poderiam justificar a produção do carro elétrico no país: ambiental, mercado, matriz energética e liderança tecnológica. A Maksen conclui que apenas o último poderia justificar a opção do Brasil pela implantação desta tecnologia.

Sobre a dificuldade do mercado, a consultoria cita o valor elevado de produção dos motores elétricos -- hoje sete vezes mais caros que os motores a gasolina. Segundo a Meksen, mesmo com a previsão da redução de custos na produção, os motores elétricos ainda seriam, em 2020, de duas a três vezes mais caros que os motores a gasolina.

Atualmente, a diferença de preço entre um veículo elétrico e um com combustível flex, de características semelhantes, é de R$ 12 mil, segundo a Meksen. O estudo realizou também uma pesquisa que aponta que 65% dos consumidores apenas comprariam um carro elétrico se este fosse de valor equivalente ou inferior a um convencional.

“Muito se tem falado sobre investimentos e implementação do modelo de carro elétrico, porém não há clareza sobre qual a tecnologia que seria utilizada. Temos carros híbridos, híbridos plug-in e várias tecnologias de puramente elétricos. Isso, certamente, prejudica a escala de produção, o que por consequência impacta no custo e na propensão ao consumo”, afirma o head da Maksen no Brasil, Sérgio do Monte Lee.

Sobre o fator ambiental, a consultoria defende que a menor emissão de poluentes pelo carro elétrico não seria um motivo suficientemente forte para o país aderir à sua produção, pois o Brasil, apesar de ser a sexta economia do mundo, ocupa o 105º lugar no nível de emissão per capita de CO2, um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa.

A consultoria também descarta o fator de mudança da matriz energética como causa para a adoção no modelo elétrico. “Considerando que o Brasil não depende da importação de petróleo e vem construindo novas refinarias para disponibilizar cada vez mais combustível para o país, é inconsistente pensar em substituir o modelo atual no curto prazo”, afirma Lee. 

A Maksen indica que a melhor alternativa para o desenvolvimeto a curto prazo da tecnologia dos motores elétricos no país seria a adoção de um modelo híbrido, movido a eletricidade e a combustíveis fósseis. A opção poderia aliar, segundo a consultoria, a busca pela liderança na nova tecnologia de motores com o aproveitamento da infraestrutura já disponível para os motores tradicionais.

"Liderar a corrida pela próxima tecnologia automóvel seria o único motivo que justificaria o Brasil entrar nesse mercado nos dias de hoje", diz o estudo, que cita a experiência do Brasil com o etanol, que tornou o país líder mundial na produção de veículos de combustível flex.