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Inflação é a maior para dezembro desde 2004; alta em 2012 chega a 5,84%

Do UOL, em São Paulo

10/01/2013 09h02

A inflação no país registrou alta em dezembro, mas fechou 2012 dentro da meta do governo, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (10).  No último mês do ano, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 0,79% em relação a novembro, acumulando alta de 5,84% em 2012.

De acordo com o IBGE, dezembro teve o maior IPCA mensal desde março de 2011, quando atingiu a mesma taxa de 0,79%, e o maior índice dos meses de dezembro desde 2004, quando a taxa foi de 0,86%.

Com o resultado, o governo cumpriu a meta de inflação do ano passado, estipulada em 4,5% com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos. Foi o nono ano seguido que o objetivo foi alcançado. O indicador, no entanto, manteve-se em níveis considerados elevados, próximo ao teto, deixando a luz amarela acesa em 2013 para elevadas pressões sobre os preços.

Em 2011, a inflação ficou em 6,5%, encostando ainda mais no teto da meta oficial do governo.

Há três anos, a inflação oficial brasileira tem ficado na parte superior da meta. Na tentativa de estimular o crescimento da economia, o Banco Central reduziu os juros 10 vezes consecutivas desde agosto de 2011 para a mínima recorde de 7,25%.

Despesas pessoais tiveram maior alta

Dos grupos pesquisados, a maior alta foi registrada nas despesas pessoais, que subiram 10,17%. Os destaques, segundo o instituto, foram os serviços dos empregados domésticos: as famílias passaram a pagar 12,73% a mais por eles. O item foi líder na relação dos principais impactos individuais no ano, com 0,45 ponto percentual.

Além dos salários dos empregados, as principais altas que levaram as despesas pessoais (10,17%) ao topo de resultados de grupos foram cigarro (25,48%); excursão (15,25%); manicure (11,73%); hotel (9,39%); costureira (7,42%); e cabeleireiro (6,80%).

O segundo grupo de maior peso (19,52%) foi o de transportes (0,48%), que teve forte influência na formação do índice. Segundo o IBGE, a queda de 5,71% nos preços dos automóveis novos em função da redução do IPI contribuiu para isso. 

Alimentação e bebidas sobem 9,86% em 2012

A alta no preço do alimentos também puxou o índice. Problemas climáticos afetaram o preço de diversos produtos, tanto no Brasil e no exterior. O grupo alimentação e bebidas, que detém a maior parcela do orçamento das famílias (23,93%) subiu 9,86%. O grupo foi responsável por 39% da taxa.

Ainda segundo o IBGE, foi forte a pressão dos alimentos consumidos fora do domicílio, cujos preços se elevaram em 9,51% em 2012, seguindo a alta de 10,49% de 2011, embora menos intensa. O item refeição fora, que aumentou 8,59%, exerceu o segundo principal impacto individual no IPCA do ano, com 0,41 ponto percentual, embora todos os itens relativos à alimentação fora tenham aumentado.

Belém tem maior alta

Quanto às regiões pesquisadas, Belém registrou o índice mais elevado em 2012 (8,31%). Lá os alimentos chegaram aumentar 14,32%, exercendo impacto de 4,58 ponto percentual. Isso fez com que o grupo alimentação e bebidas (14,32%) fosse o responsável por 55% do índice da região. Já o índice mais baixo em 2012, foi registrado na região metropolitana de São Paulo (4,72%).

Expectativas para 2013

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta quinta-feira que, no curto prazo, a inflação mostra resistência, mas defendeu que as perspectivas são de que ela vai declinar ao longo de 2013. No curto prazo, a inflação mostra resistência, mas as perspectivas indicam retomada da tendência declinante ao longo de 2013", disse Tombini em comunicado.

De acordo com o Boletim Focus, do BC, a atual expectativa é que a inflação suba 5,49% neste ano, permitindo estabilidade nos juros. Já o BC trabalha com uma estimativa de inflação de 4,8% para o ano.

(Com informações da Reuters)