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Superaquecimento de bateria não foi causa de incêndio em Boeing 787, segundo EUA

Bateria queimada do Boeing 787 (esq.), que fez piloto cancelar voo, ao lado de uma outra nova - AFP
Bateria queimada do Boeing 787 (esq.), que fez piloto cancelar voo, ao lado de uma outra nova Imagem: AFP

Do UOL, em São Paulo

20/01/2013 21h17

A agência norte-americana encarregada da segurança nos transportes disse, neste domingo (20), que o incêndio ocorrido após a aterrissagem de um Boeing 787 Dreamliner em Boston (EUA) não foi causado por uma bateria sobrecarregada.

O risco de incêndio por superaquecimento de baterias tinha se transformado em uma grande preocupação para os novos Boeing, depois que os pilotos de um voo doméstico do Japão foram obrigados a aterrissar devido ao aparecimento de fumaça, aparentemente ligada à bateria de lítio.

Os aviões sofreram uma série de problemas técnicos no começo do mês, o que levou a Agência Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos a emitir um alerta proibindo a decolagem de 50 Boeing 787 em operação ao redor do mundo.

Contudo, a Junta Nacional de Segurança no Transporte (NTSB) dos Estados Unidos disse que, até o momento, sua investigação demonstrou que a bateria não foi responsável pelo incêndio de 7 de janeiro em um avião vazio da Japan Airlines em Boston.

"A análise dos dados do avião JALB-787 indica que a bateria APU não superou a voltagem projetada de 32 volts", disse o organismo, em um comunicado.

O exame físico da bateria, que inclui raios X e passagem por scanner da bateria montada e de seus componentes desmontados, ainda está sendo realizado, explicou a agência.

A agência acrescentou que representantes de seus homólogos japoneses e franceses estavam participando da investigação e destacou que enviou um investigador ao Japão para a investigação relativa ao incidente.

 

Boeing mantém produção do 787, mas suspende entregas

A fabricante americana de aviões Boeing anunciou na sexta (19) que havia suspendido temporariamente a entrega de seus aparelhos 787 Dreamliner, à espera de que uma solução para seus problemas de bateria seja validada pelas autoridades americanas, mas informou que a produção será mantida.

As 49 unidades do modelo 787 que a Boeing entregou até agora a companhias aéreas nos EUA, Japão e Europa não serão usadas até que se descubra a causa dos seis problemas técnicos registrados nas últimas duas semanas.

O 787 sofreu uma série de avarias, a última delas obrigou um avião da companhia aérea japonesa ANA a fazer um pouso de emergência na quarta-feira (16) em Takamatsu, Japão, após a detecção a bordo de fumaça e de um forte odor proveniente de uma bateria de lítio situada no compartimento elétrico.

A Boeing recebeu até agora 848 encomendas do modelo 787 e em novembro aumentara sua capacidade de produção para cinco unidades por mês, esperando elevar esse número a dez unidades mensais até o fim do ano. 

Série de incidentes

No último incidente registrado, uma aeronave da ANA que fazia o voo entre Tóquio e Ube teve que desviar de sua rota para aterrissar, às 8h45 locais (21h45 de Brasília), 35 minutos depois da decolagem.

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A aeronave levava 129 passageiros e oito tripulantes a bordo, e ninguém ficou ferido, segundo o Ministério dos Transportes.

"Durante o voo, o comandante observou um alerta de falha procedente de uma bateria", revelou um porta-voz da ANA.

Histórico de falhas no modelo

No dia 7, em Boston, um 787 da Japan Airlines (JAL) proveniente do Japão teve um princípio de incêndio em terra. No dia seguinte, outro voo da JAL que partia de Boston foi atrasado por um vazamento de combustível.

No último dia 9, um voo da All Nippon Airways realizado por outro Boeing 787 foi cancelado no país asiático por causa de um problema nos freios.

Na sexta-feira, também no Japão, dois incidentes aconteceram a bordo de dois Boeing 787 da ANA: um voo foi cancelado por causa de uma rachadura no vidro da cabine, e outro foi atrasado por causa do vazamento de óleo.

Modelo fez primeiro voo comercial em 2011

Reguladores dos EUA levantaram dúvidas sobre a confiabilidade do 787 em longas rotas transoceânicas, publicou o jornal "Wall Street Journal".

O Dreamliner é o primeiro avião do mundo construído com compósitos de carbono e possui preço de tabela de US$ 207 milhões.

O modelo fez seu primeiro voo comercial no final de 2011, depois que uma série de atrasos de produção deixou as entregas do modelo três anos atrás do planejado. Até o final do ano passado, a Boeing vendeu 848 Dreamliners e entregou 49 unidades do modelo.

O piloto do voo e as autoridades aeroportuárias confirmaram que os indicadores da cabine detectaram um problema em uma das baterias do avião. (Com agências)