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Vinícola gaúcha lança vinhos leves para ganhar espaço nos EUA

Do UOL, em São Paulo

27/03/2013 06h00

A vinícola gaúcha Salton espera aumentar em 65% as exportações de vinhos em 2013. Desde o fim do ano passado, a empresa tem investido no lançamento de produtos mais leves, voltados ao mercado externo.

A empresa faturou R$ 280 milhões em 2012. Pouco mais de 1% desse valor veio das exportações, especialmente para países da Europa, com Reino Unido, Bélgica, Suíça, Finlândia, Polônia, República Tcheca e Alemanha.

O foco atual é crescer em mercados novos para a empresa, como Estados Unidos, Austrália, Japão e China. "Os Estados Unidos estão se destacando agora como um mercado interessante para nós", diz Luciana Salton, diretora-executiva da vinícola.

A empresa já vendia vinhos finos para o exterior, como os das linhas Volpi e Premium. No fim do ano passado, porém, lançou sua primeira linha exclusiva para o mercado externo, a Salton Intenso, composta por quatro vinhos finos das variedades Cabernet Franc, Marselan, Tannat e Teroldego.

Vinho "jovem" e frescor agradam ao paladar estrangeiro

Os vinhos, vendidos a cerca de US$ 15 cada um, são encontrados em casas especializadas, restaurantes e lojas de conveniência nos países em que a empresa está presente. O desenho dos rótulos remete às roupas usadas pelas passistas que desfilam no Carnaval.

"O que agrada ao público de outros países é o frescor do vinho brasileiro. São vinhos que não ficam envelhecendo nos barris. São feitos para serem consumidos rapidamente", afirma Luciana Salton. O público-alvo, segundo ela, são os jovens.

Nesta semana, a empresa lançou novos vinhos da linha Intenso para serem vendidos no Brasil. Um dos itens da nova linha, porém, também será vendido lá fora. A ideia é, em breve, produzir também espumantes para o mercado externo.

"Muitas vezes estamos em feiras internacionais e vemos que as pessoas se surpreendem, porque nem sabem que o Brasil produz vinho. Mas a aceitação é muito boa. O preconceito está na cabeça do brasileiro", diz a diretora-executiva da Salton.

Outras empresas apostam no mercado externo

O movimento feito pela Salton de olho no mercado externo tem sido registrado também por outras vinícolas brasileiras.

Atualmente, menos de 10% do faturamento da gaúcha Miolo vêm do mercado externo. A meta, porém, é ambiciosa: a empresa planeja exportar 30% da produção até 2020. Aposta, sobretudo, no potencial de venda do espumante nacional lá fora.

"O que nós mais exportamos é vinho, mas acreditamos no potencial do espumante brasileiro", diz Morgana Miolo, gerente de exportação de Américas, Oceania e Ásia. "Quando pensam no Brasil, pensam no povo, na alegria e em diversidade, e o espumante tem tudo a ver com isso."

Inglaterra, Alemanha, Holanda e China são os países que estão no foco principal da empresa.

A vinícola Sanjo, de São Joaquim (SC), também já exporta o vinho Núbio Sauvignon Blanc para a Inglaterra.