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Empresas oferecem passagem aérea, consórcio e empréstimo pelo Facebook

Aiana Freitas

Do UOL, em São Paulo

28/03/2013 06h00

Grandes empresas estão apostando no Facebook como mais um canal de venda de seus produtos e serviços. Hoje, já é possível comprar passagem aérea, entrar num consórcio de veículo, e fazer transferência bancária pela rede social.

A companhia aérea Gol anunciou há alguns dias a novidade. A compra da passagem pode ser feita pelo aplicativo Voe Gol.

Durante a escolha do assento, o cliente consegue ver o perfil da pessoa que vai viajar ao seu lado no avião, desde que ela tenha dado autorização para a divulgação. É possível, também, compartilhar a compra e convidar amigos para embarcar no mesmo voo.

Transferências, pagamentos e empréstimos

Clientes do banco Bradesco também podem usar o Facebook para acessar dados de sua conta, fazer transferências, pagar boletos e até pedir empréstimo (caso o cliente tenha um limite pré-aprovado) pelo aplicativo F.Banking.

"O Facebook tem mais de 60 milhões de usuários no Brasil e as pessoas passam, em média, sete horas por dia conectadas", justifica Luca Cavalcanti, diretor de canais digitais do banco. "Agora, quem está no Facebook e quer acessar a conta não precisa mais entrar no internet banking, pode fazer tudo ali mesmo."

A administradora de consórcios Tradição também passou a oferecer seus serviços pela rede social há alguns dias. É possível escolher o veículo ou moto que se quer comprar, e obter detalhes sobre o pagamento.

A adesão, porém, não é finalizada no Facebook: é preciso solicitar o contato de um representante da administradora, que leva o contrato para ser assinado na casa do consumidor.

"A vantagem é que a pessoa não precisa se locomover para fazer a compra", diz Laércio Geronasso, diretor do Consórcio Tradição.

Dados não ficam armazenados na rede social

Fazer compras pela rede social não representa, por si só, um risco aos consumidores. Isso porque os dados pessoais não ficam armazenados na rede, mas nos próprios servidores das empresas.

"A rede social é usada no início da operação. Os aplicativos fazem a conexão da rede social com a plataforma dos fornecedores. O fluxo de informações e o processamento técnico dos dados não ocorrem ali", explica Renato Ópice Blum, advogado especializado em direito digital.

Alguns cuidados, porém, podem ser tomados, especialmente no que diz respeito à privacidade. Os aplicativos sempre dão aos consumidores a opção de eles curtirem as páginas ou compartilharem as transações que acabam de realizar, o que acaba sendo divulgado para seus contatos.

Nem sempre divulgar dados de compras para todo mundo é interessante, principalmente se, na lista de contatos da rede, estão pessoas desconhecidas. O próprio usuário pode determinar, no seu perfil, quem pode visualizar seus dados.

"Cabe ao usuário fazer o uso dos softwares e aplicativos de forma mais segura possível. É importante configurar e reconfigurar com frequência as opções de privacidade do Facebook. A maioria as pessoas não faz isso", diz Ópice Blum.

Providências devem ser tomadas caso a empresa divulgue informações sem aviso prévio. "O fornecedor não pode fazer essa divulgação sem o consentimento do consumidor. Caso faça, ele tem direito a indenização pela divulgação indevida", diz o advogado Victor Haikal, especialista em direito digital e sócio do escritório Patrícia Peck Pinheiro.

Consumidor tem direito de desistir em até sete dias

Os outros cuidados necessários são semelhantes àqueles tomados quando se adquire produtos ou serviços em lojas virtuais tradicionais. O endereço deve começar sempre com as letras "https" e é preciso verificar se o cadeado fechado, símbolo de segurança na internet, está aparecendo.

A compra ou contratação de serviços feita pelo Facebook também garante ao consumidor os mesmos direitos que ele tem quando usa os serviços de lojas virtuais tradicionais.

Isso significa que o cliente tem, por exemplo, o direito de se arrepender da compra, por qualquer motivo, em até sete dias corridos, e receber o dinheiro de volta, diz Haikal.