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'Economist' pede, ironicamente, que Mantega permaneça no governo

Do UOL, em São Paulo

06/06/2013 18h13

A revista britânica "The Economist" voltou a atacar a economia brasileira na edição desta semana, em matéria que foi disponibilizada em seu site nesta quinta-feira (6).

Com o título "A economia medíocre do Brasil: caindo em desgraça", o texto traz um apelo irônico, pedindo que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, permaneça no cargo. Em dezembro do ano passado, a mesma revista havia sugerido a demissão de Mantega. 

Na edição desta semana, o caso é relembrado: "Em dezembro, [...] pedimos para que a sra. Rousseff demitisse o sr. Mantega. No Brasil, foi amplamente repercutido que a nossa impertinência teve o efeito de tornar o ministro intocável. Agora, vamos tentar uma estratégia diferente. Imploramos para que a presidente o mantenha no cargo a qualquer custo. Ele é um sucesso enorme".

O texto da "Economist"  foca principalmente no "estrago" que o governo atual estaria fazendo nos fundamentos econômicos herdados da época da implantação do Plano Real.

A revista elogia as medidas adotadas por Fernando Henrique Cardoso, em sua atuação como ministro da Fazenda e, posteriormente, como presidente. Também cita os avanços promovidos pela gestão Lula, mas destaca que as coisas começaram a desandar a partir do segundo mandato do presidente petista.

Segundo a "Economist", a fórmula de sucesso para o crescimento econômico do Brasil vem sendo abandonada ao longo do governo de Dilma Rousseff.

Os fundamentos defendidos pela revista, que teriam dado certo para o Brasil, são "metas de inflação controladas por um Banco Central independente de fato; contas públicas transparentes; uma meta fiscal rigorosa, que diminuiu a dívida pública; e uma atitude muito mais aberta para o comércio internacional e investimentos privados".

A reportagem afirma que, diferentemente do que manda a cartilha, o governo brasileiro vem "gastando sem remorsos". O texto acrescenta que o país tem sorte de contar com alguns setores fortes, como energia elétrica e agricultura, para garantir inovação tecnológica.

Por outro lado, a revista elogiou medidas recentes como a elevação da taxa básica de juros e a decisão do governo de zerar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para recursos estrangeiros destinados à aplicação em renda fixa, classificando-os como "sinais incipientes de um retorno a uma política mais clara".