Revendedores de calçados e bijuterias podem ter uma loja virtual personalizada sem custo para vender os produtos para seus amigos e familiares. Algumas empresas, como a fabricante de sapatos Di Santinni e a rede de bijuterias Juv&You, estão apostando no contato das pessoas via redes sociais para aumentar os canais de vendas.
As companhias criam as lojas online, que podem ser personalizadas pelas revendedoras, e ficam responsáveis pela plataforma virtual, meios de pagamento e entrega dos produtos diretamente para o cliente.
O trabalho das revendedoras é divulgar a loja virtual e oferecer os produtos para seus amigos via Facebook, Twitter, blogs etc. As comissões vão de 10% a 20% por venda.
"A venda direta sempre foi um bom canal de comercialização. Com o uso cada vez maior da internet, achei que já era hora de criar ferramentas para as revendedoras também utilizarem o meio eletrônico para vender" diz Kendra Pazello, 28, uma das sócias da Juv&You.
As
empresas que atuam com venda direta já estão de olho na internet. Avon, Jequiti e Natura, por exemplo, começaram a divulgar seus produtos na internet. No caso da Avon e da Jequiti, elas apresentam o catálogo com os produtos no site e indicam a revendedora mais próxima do internauta.
A Natura também indica a revendedora mais próxima e vende produtos pelo site Submarino. Porém, em novembro do ano passado, começou a testar o projeto Rede Natura, que cria páginas pessoais para as revendedoras da região de Campinas (93 km de São Paulo).
"Demos mais comodidade para o cliente mantendo os cuidados que a consultora oferece. Além disso, a internet dá mais agilidade para fazer promoções mais curtas e para atender uma demanda específica", declara José De Luca, diretor da Natura.
A fabricante de sapatos Di Santinni não faz nenhuma exigência para quem quer ser revendedora da marca. O objetivo, segundo Eduardo Sabanai, gerente do projeto Minha Loja, é alcançar diretamente o consumidor final, principalmente pessoas mais jovens e conectadas.
Os produtos da Di Santinni custam de R$ 29,99 a R$ 199. A comissão é de 10% sobre as vendas. "A divulgação não precisa ser apenas pelas redes sociais, mas as pessoas conhecidas são os principais clientes", afirma Sabanai.
Apesar de ser recente – existe há quatros meses – o projeto Minha Loja Di Santinni possui cerca de 400 revendedores cadastrados.
Revendedora paga imposto
A bancária Fernanda Leandro, 35, revende as bijuterias da Juv&You há seis meses e diz que lucra cerca de R$ 600 por mês. “Eu já trabalhava com revenda de cosméticos por catálogo, mas não tinha tempo para demonstrar os produtos. O que me atraiu na loja online foi a facilidade e o fato de ser grátis”, afirma.
Os preços das bijuterias vão de R$ 9,90 a R$ 189,90. A comissão é de 20% do valor vendido e são descontados 5% de ISS (Impostos Sobre Serviço de Qualquer Natureza) e 11% de INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Se forem vendidos R$ 400 em bijuterias, por exemplo, a comissão será de R$ 80. Sobre este valor, serão descontados R$ 4 de ISS e R$ 8,80 de INSS, portanto, o lucro para o revendedor será de R$ 67,20.
A Di Santinni desconta 9% de INSS e IR (Imposto de Renda) de acordo com a faixa de remuneração da revendedora.
Além da loja virtual, a Juv&You trabalha com catálogos. Para se tornar um revendedor da marca –online ou não– é necessário adquirir o material de trabalho, chamado kit Início, que custa de R$ 99 a R$ 199. O kit é necessário, segundo Pazello, para conhecer os produtos.
Os produtos de ambas são enviados pelos Correios para a revendedora ou diretamente para a casa do cliente.
Treinar revendedores é importante para cuidar da marca
Luis Stockler, sócio da consultoria baStockler, especializada em varejo, diz que ampliar o número de canais de venda é importante para as empresas chegarem mais rápido ao consumidor. No entanto, ele alerta para o cuidado com a marca e com o treinamento das revendedoras.
“O ambiente de venda, seja ele físico ou virtual, é importante para a construção da marca. A empresa deve estar em todos os canais, mas com a mesma imagem. É importante ter controle sobre o serviço que está sendo prestado e o atendimento que o cliente recebe, senão, essa estratégia pode ser um tiro no pé.”
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