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Site que aluga vestidos de luxo quer aporte para ampliar negócio

Larissa Coldibeli

Do UOL, em São Paulo

02/07/2013 06h00

A loja Dress&Go, que aluga vestidos de estilistas famosos pela internet, está atrás de investidores para ampliar o negócio. As empresárias Barbara Diniz, 27, e Mariana Penazzo, 26, querem aumentar o aporte da loja virtual para comprar mais peças e oferecer mais opções para as clientes.

Elas começaram a loja virtual com um investimento inicial de R$ 300 mil e 150 peças de marcas como André Lima, Carina Duek, Carlos Miele, Huis Clos, Iódice, Juliana Jabour, Lilly Sarti, Missoni e Thelure, entre outras, e querem fechar 2013 com um catálogo com 600 vestidos e um faturamento de R$ 800 mil.

O negócio foi inspirado na empresa norte-americana Rent The Runway, que aluga vestidos e acessórios de grandes marcas. Em três anos, o site americano possui um acervo de mais de 25 mil peças e tem mais de 3 milhões de membros. Recentemente, levantou cerca de U$ 30 milhões em investimentos.

 

O modelo preferido das clientes, de acordo com as empresárias, é um vestido longo azul-marinho do estilista Reinaldo Lourenço. Porém, elas não revelam quantas vezes ele já foi alugado para não desvalorizar a peça. Na Dress&Go o aluguel sai por R$ 423, o equivalente a 13% do valor para venda, que é de R$ 3.225.

O aluguel mais barato é o de um vestido da marca Iódice, que sai por R$ 155, o equivalente a 40,5% do preço do vestido (R$ 382,50) vendido na loja do estilista. O mais caro é o de uma peça da grife Missoni: o vestido é alugado por R$ 878, valor que corresponde a 11% do preço para compra na loja da marca (R$ 7.780).

Vestir uma peça do estilista Reinaldo Lourenço, por exemplo, sai por R$ 473, ou 9% do preço da peça para venda na loja (R$ 5.400).

Atualmente, o site possui cerca de 200 vestidos, de 15 estilistas diferentes. 

Para ter roupas sempre atualizadas, as empresárias buscam parceria com as grifes. Dessa forma, elas têm acesso aos lançamentos ao mesmo tempo em que as lojas dos estilistas.

“Para as marcas é interessante, porque elas entram em contato com potenciais clientes. Ao ver o bom caimento da peça, a cliente passa a consumir aquela grife, não necessariamente os vestidos de festa, mas outras linhas de produtos”, diz a sócia Mariana Penazzo.

Elas ainda não sabem que destino darão para os vestidos desgastados ou que saírem de moda ao longo do tempo.

Público-alvo são mulheres de 25 a 35 anos; clientes têm ajuda via chat

Diniz diz que o público-alvo são mulheres de 25 a 35 anos, de classe B. “São mulheres que já conhecem as marcas e têm muitos vestidos no guarda-roupa, ou aquelas que têm muitos eventos para ir no ano e compram roupas apenas para alguns e preferem alugar para os outros.”

Segundo Diniz, o desafio é criar no público o hábito de alugar vestidos de luxo. “Algumas mulheres têm vergonha de falar que alugaram o vestido, por isso, nem sempre contamos com a divulgação das clientes”, declara.

A empresa atende os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Minas Gerais. As clientes podem escolher o vestido pela internet e recebê-lo em casa pelos Correios, ou ir diretamente ao ateliê, em São Paulo.

“No ateliê, é possível fazer alguns pequenos ajustes grátis, se necessário, como barra ou redução de alças. Pela internet, as clientes contam com consultoria online por meio de chat para ajudar na escolha do modelo mais adequado para cada tipo de corpo”, afirma Diniz.

O vestido leva dois dias para chegar, caso o aluguel seja feito pela internet, e o prazo para devolução é de quatro ou oito dias --na segunda opção, o aluguel fica de R$ 100 a R$ 150 mais caro. A empresa cobra uma taxa para retirar o vestido na casa da cliente (o preço máximo é de R$ 30) e manda-os a uma lavanderia especializada em vestidos de luxo.

Caso ocorra algum dano à roupa, o procedimento é parecido com o de aluguel de carro, por exemplo. "Se acontecer algum acidente e o vestido estragar, é cobrado o valor equivalente ao dano. Caso ocorra perda total, é cobrado o valor integral da peça", diz Penazzo.

Negócio de roupas na internet exige cuidados específicos

Segundo Haroldo Heiji, consultor do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas de São Paulo), quem aposta num negócio de venda ou aluguel de roupas e calçados pela internet deve ter um cuidado especial com as fotos dos produtos.

“Tem de deixar muito claro as medidas das peças, o material de que é feito e destacar os detalhes. Recursos como zoom em fotos ajudam a transmitir a qualidade do produto e quebram a barreira inicial do cliente”, afirma.

Ele diz que apesar do custo inicial baixo para uma loja virtual e a possibilidade de abrangência nacional do negócio por causa da internet, o empreendedor tem de levar em conta outras necessidades do negócio.

Entre elas, estão formas de pagamento que serão oferecidas para o cliente, segurança nas transações financeiras, logística para entrega e embalagens que garantam a integridade dos produtos.

Além disso, quanto mais segmentado e conhecido for o público-alvo, melhor. “É necessário estudar as características dos potenciais clientes, lugares que frequentam para fazer a divulgação, cores, estampas e modelos que podem fazer mais sucesso em determinadas regiões, e assim por diante.”

O investimento inicial para um negócio do tipo varia de acordo com o público-alvo do negócio.

“É possível começar um serviço de aluguel de roupas com cinco ou seis vestidos e ir investindo de acordo com o retorno. Nesse negócio, não é interessante ter muito estoque porque a moda muda e os vestidos ficam desatualizados”, afirma.

Saiba mais:

Ateliê Dress&Go: rua Santa Justina, 352 - Itaim Bibi - São Paulo - SP

Site: www.dressandgo.com.br