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Eike Batista vai continuar bilionário após vender empresas, diz jornal

Do UOL, em São Paulo

04/07/2013 09h50

Após um processo de desmembramento do grupo EBX, o empresário Eike Batista deve conseguir liquidar suas dívidas empresariais e acabar com um capital acumulado entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões, segundo o jornal "Valor Econômico".

Se tudo correr como planejado e Eike conseguir manter um patrimônio bilionário, ele ainda terá saído do negócio mais rico do que quando entrou, ao abrir o capital da MMX na Bolsa em 2006. Apesar disso, estará longe de ser um dos homens mais ricos do planeta.

O jornal afirmou nesta quinta-feira (4) que o grupo pôs em marcha uma reestruturação, que pode deixar sob o controle de Eike Batista apenas participações minoritárias em algumas das empresas e empreendimentos hoje sob o guarda-chuva do grupo EBX.

Entre as possibilidades, cogita-se a recuperação judicial do estaleiro OSX (OSXB3). Segundo uma pessoa consultada pelo jornal, que não quis ser identificada, "a ideia é matar o que é inviável, levantar capital para o que é viável e vender tudo o que é vendável".

No último caso, encontra-se a MPX (MPXE3), empresa de energia do grupo. Na véspera, foi anunciado um aumento de capital de R$ 800 milhões que, na prática, dá o controle da empresa ao grupo alemão E.ON. 

O grupo pretende mudar o nome da empresa; Eike deve virar acionista minoritário, com 19% das ações. Ele pode vender os papéis para quitar dívidas com os bancos Itaú e Bradesco. Eike já renunciou à presidência da empresa.

Outra empresa que deve entrar no processo é a mineradora MMX (MMXM3), que tem como maior trunfo não suas minas, mas o porto Sudeste (que deve ficar pronto no ano que vem).

Entre as empresas interessadas na compra do porto para escoamento de produção, segundo o jornal, estão Usiminas, ArcelorMittal, Ferrours Resources a CSN, de Benjamin Steinbruch, Gerdau e pequenas mineradoras da região.

Entre as empresas que dificilmente serão vendidas por falta de comprador, estão o estaleiro OSX (OSXB3) e a petrolífera OGX (OGXP3). As possíveis soluções levantadas para salvar a OGX, que um dia já foi a empresa mais importante do grupo, deixariam Eike Batista com uma participação final de cerca de 4% na empresa --ele hoje tem cerca de 59%.

No caso da OSX, o caminho deve ser a venda ou arrendamento de suas quatro plataformas --duas delas já estão em operação. Já em relação ao Porto de Açu, controlado pela empresa de logística LLX (LLXL3), ainda paira a dúvida: a avaliação é de que a implantação do projeto pode demorar até 15 anos, mas é preciso fazer aportes elevados de capital.

A mineradora chilena de carvão CCX (CCXC3) deve, segundo o jornal, "hibernar" em um primeiro momento. Depois, os planos são para vender os direitos de concessão.

Dívidas com bancos

Conforme afirmou o "Valor", o grupo EBX tem dívidas de US$ 1 bilhão com os bancos Itaú e Bradesco, e de outros US$ 2,3 bilhões com o fundo Mubadala, do emirado árabe de Abu Dabi. Os três credores têm ações de empresas do grupo como garantia.

O Itaú tem, principalmente, papéis da MPX como garantia; os do Bradesco são papéis da OGX. O Itaú já fechou um acordo para estender a dívida por mais um ou dois anos, e o mesmo está sendo negociado com o Bradesco e o Mubadala.