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Ministro diz que solução de crise de Eike é do mercado, não do governo

Do UOL, em São Paulo

16/07/2013 18h12Atualizada em 16/07/2013 18h23

O governo federal acredita que a crise pela qual passam as empresas do grupo EBX, do empresário Eike Batista, será resolvida pelo próprio mercado, disse nesta terça-feira (16) o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão. Ele já tinha descartado ajuda do governo aos negócios do bilionário, em entrevista há duas semanas.  

"Confiamos que o mercado vai dar uma solução", disse o ministro a jornalistas.

As empresas do bilionário enfrentam uma séria crise de confiança no mercado e grandes perdas na Bolsa de Valores. Os papéis da petrolífera OGX, por exemplo, já valem menos que um pão francês.

No fim de junho, quando começou a onda de protestos populares pelo Brasil, o jornal britânico "Financial Times" afirmou  que, com o povo nas ruas clamando por ética na política, vai ser mais difícil o governo brasileiro usar o dinheiro dos impostos para socorrer Eike Batista, se suas perdas persistirem.

BNDES teria favorecido empresário, segundo jornal

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) teria feito alterações de prazos, recursos e exigências em contratos de financiamento para beneficiar empresas de Eike Batista, de acordo com reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo". 

Segundo a reportagem, foram firmados 15 contratos no valor de R$ 10,7 bilhões com empresas do grupo entre janeiro de 2009 e dezembro de 2012, com garantias como ações das próprias companhias ou bens que ainda seriam adquiridos.

O BNDES negou ter concedido vantagens ou tratamento privilegiado nas concessões de financiamento ao grupo EBX. A instituição de fomento afirmou que o tratamento dispensado ao grupo EBX "é rigorosamente igual ao dado a qualquer empresa tomadora de crédito no BNDES".

De acordo com o comunicado, a estruturação de garantias aos financiamentos às empresas de Eike foi feita com o rigor usual adotado pelo BNDES em todas as suas operações, obedecendo às melhores práticas bancárias.

Enquanto isso, no Congresso, membros da oposição ao governo buscam aprovar um requerimento de convocação do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e começar a colher assinaturas para instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o banco

Mais rico do mundo

Em maio de 2011, com uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões, o brasileiro disse que se tornaria o mais rico do mundo até 2015 -mas o sonho tem ficado cada vez mais distante.

De lá para cá, suas empresas deixaram de cumprir cronogramas e de atingir metas, as ações das empresas do grupo EBX vêm perdendo valor na Bolsa e, consequentemente, a fortuna de Eike vem encolhendo.

(Com Reuters)