Dinheiro do pré-sal vai compensar corte de impostos, diz ministro
Brasília – As receitas do pré-sal compensarão a queda no ritmo de arrecadação de impostos, disse nesta segunda-feira (22) o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Segundo ele, o leilão do campo de Libra, o primeiro da camada pré-sal, renderá R$ 7,4 bilhões a mais que o previsto no início do ano.
O valor é suficiente para compensar a queda na receita administrada pela Receita Federal, que abrange o pagamento de tributos, segundo o ministro.
De acordo com o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, enviado nesta segunda ao Congresso Nacional, a previsão de receita total do governo neste ano variou pouco, em R$ 1,185 trilhão, caindo 0,6% em relação à estimativa anterior.
Essa estabilidade, no entanto, só foi possível por causa do desempenho da concessão de petróleo na camada pré-sal, de acordo com o governo.
Se for levada em conta apenas a receita com impostos e contribuições, a previsão de arrecadação federal em 2013 caiu de R$ 706,8 bilhões para R$ 702,1 bilhões, diferença de 4,7%.
A estimativa de receitas da Previdência Social também foi reduzida de R$ 316 bilhões para R$ 313 bilhões, variação negativa de 3%.
Reduções de impostos foram compensadas pelo campo de Libra
Essas reduções, no entanto, foram compensadas pelo leilão do campo de Libra, previsto para outubro. Segundo a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, a concorrência que impulsionará as receitas com concessões e permissões para R$ 23,1 bilhões, R$ 7,4 bilhões a mais que o previsto.
"Existe a previsão de que a receita com o campo de Libra seja depositada ainda neste ano, o que se refletirá em mais recursos para o governo", explicou.
O governo também ampliou em R$ 1,8 bilhão a estimativa das demais receitas não administradas, mas não especificou de onde viria a diferença.
Caem receitas geradas com dividendos de empresas estatais
A previsão de receitas com dividendos de estatais, no entanto, foi diminuída de R$ 24 bilhões para R$ 22 bilhões em 2013.
Nos últimos anos, os dividendos das estatais têm sido usados para engordar o caixa do Tesouro Nacional em períodos de queda na arrecadação.
Os dividendos são a parcela dos lucros que as empresas repassam aos acionistas. No caso das estatais federais, o Tesouro, como maior acionista, recebe a maior fatia desses recursos.
Praticamente estáveis, as estimativas de receita total impediram que o corte adicional de R$ 10 bilhões no Orçamento Geral da União fosse ainda maior.
Se o governo revisasse para baixo a previsão de recursos em caixa, o corte teria de aumentar para assegurar o cumprimento da meta ajustada de superavit primário (economia para pagar os juros da dívida pública) de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
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