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Brasil tem 'bala na agulha' para encarar turbulência do dólar, diz Dilma

Marlene Bergamo/Folha Press
Imagem: Marlene Bergamo/Folha Press

Do UOL, em São Paulo

28/08/2013 09h36

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (28) que o Brasil possui "bala na agulha" para encarar as oscilações da economia mundial. "Temos uma situação fiscal muito boa", declarou.

"Sabe aquela história de guardar no colchão? O Brasil não guarda no colchão, mas ele tem entre US$ 378 e US$ 372 bilhões em reservas (internacionais)", disse Dilma em entrevista por telefone a rádios de Belo Horizonte. "Então, nós temos o que se chama 'bala na agulha' para encarar esses processos que ocorrem internacionalmente".

Dilma culpou a política monetária dos Estados Unidos pela alta do dólar. No ano, a moeda norte-americana já acumula valorização de 16%.

Na semana passada, o Banco Central anunciou a maior intervenção no mercado de câmbio desde o auge da crise internacional, em 2008.Com leilões diários até o fim do ano, a autoridade monetária pode injetar até US$ 60 bilhões no mercado.

"Nossa política é de dólar flexível", disse a presidente. "O que nós fizemos? Nós entramos no mercado para atenuar essas flutuações, para não deixar que elas sejam abruptas. A gente atua de forma a suavizar essas oscilações (do dólar)".

Mas ela ressaltou que o governo não tem cotação alvo para o dólar. "Não temos. Se você perguntar para alguém se tem, e se alguém responder que tem, você desconfia, porque ninguém tem condições de dizer isso."

A inflação tem sido outra grande preocupação da equipe econômica do governo. A taxa de juros, que vem subindo nos últimos meses, está sendo usada para tentar frear a alta dos preços.

Hoje, no final do dia, o BC define um possível aumento da taxa básica de juros (Selic), que está em 8,5% ao ano. O mercado aposta em alta, para 9%.

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"Pibinho"

Dilma aproveitou para justificar o fraco desempenho da economia brasileira --que cresceu apenas 0,9% em 2012 e apenas 0,6% no primeiro trimestre deste ano-- pelo cenário global.

"Você tem um quadro internacional nas economias de muito baixo crescimento ou, inclusive, de recessão. Nós estamos numa situação de manter o crescimento", disse.

Brasil enfrenta minicrise, diz Mantega

Na segunda-feira (26), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o Brasil enfrenta uma "minicrise", mas a economia do país continua sólida.

"Ela é uma minicrise que estamos vivendo, mas trará um impacto muito menor... porque a economia mundial está em recuperação", disse.

Mantega culpou a comunicação do banco central norte-americano (Federal Reserve, ou Fed) pelos problemas nos mercados financeiros.

Investidores do mundo todo estão de olho no Fed à espera de sinais de uma eventual redução do ritmo do programa de estímulo, que injeta US$ 85 bilhões por mês na economia dos EUA.

Segundo Mantega, o Fed não deixa claro o que fará. "Quando o Fed começar de fato a retirar os estímulos, o mercado se acalma", afirmou.

(Com Reuters)