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Mantega diz que crise de Eike Batista afetou imagem do país

Valter Campanato/ABr
Imagem: Valter Campanato/ABr

Do UOL, em São Paulo

30/09/2013 10h51Atualizada em 30/09/2013 14h32

A crise nas empresas de Eike Batista afetou a imagem da economia do país. A opinião é do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que participa de evento em São Paulo nesta segunda-feira (30).

O ministro afirmou que a queda das ações da petroleira OGX "já causou problemas para a imagem do país e para a Bolsa de Valores, que teve uma deterioração".

Segundo Mantega, a situação das empresas controladas por Eike afeta o próprio desempenho da economia brasileira e "nossa reputação na Bolsa de Valores, que é muito boa".

De acordo com o ministro, apesar da "Bolsa estar subindo agora, teve uma queda de perto de 10% por conta dessas empresas de Eike".

Guido Mantega descartou que o governo possa intervir para deter a crise desse grupo, mas disse que espera uma rápida solução.

"É o mercado o que tem que solucioná-la. Não é o Governo que tem que fazer algo. Espero que eles consigam se recompor o mais rápido possível", disse.

As empresas do bilionário enfrentam uma séria crise de confiança no mercado e grandes perdas na Bolsa de Valores. Somente neste ano, a OGX perdeu R$ 13,3 bilhões em valor de mercado, segundo levantamento da consultoria Economatica.

Na semana passada, Mantega já tinha dito que a solução para a OGX não é problema do governo. "É um grupo privado. Não tem uma ligação com o governo e, portanto, a solução da OGX é de mercado. É o mercado quem tem de dizer quando o grupo vai ser saneado e quando vai deixar de causar problemas para o mercado de capitais."

Economia melhora gradualmente, diz ministro

Mantega lembrou que a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2013 do Ministério da Fazenda também foi reduzida de 3% para 2,5%, em linha com a estimativa divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira.

Como, no entanto, a economia brasileira avançou acima do previsto no segundo trimestre, ao registrar alta de 1,5% sobre o primeiro, feito o ajuste sazonal, é possível que o PIB cresça acima do previsto este ano, afirmou.

"Estou tendo indicações de que a economia está melhorando gradualmente, nada excepcional", afirmou.

Ainda de acordo com o ministro, o governo segue empenhado em controlar a inflação. Enquanto a tarefa do BC, nesse caso, seria aumentar os juros, a Fazenda pode reduzir custos da economia para esse propósito, afirmou.

Mesmo assim, ele ressaltou que o controle dos preços não depende só do governo.

"Torcemos para que não haja outro choque de oferta sobre inflação. Trabalhamos para reduzir a inflação, dentro das possibilidades", disse.

(Com Reuters e Valor)