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Governo e Petrobras devem ficar com 85% da renda de Libra, diz estatal

Do UOL, em São Paulo

22/10/2013 11h56

A União e a Petrobras (PETR4) ficarão com 85% da renda do campo de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, estimou nesta terça-feira (22) o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim.

A estatal brasileira venceu o leilão pelo direito de exploração da área de Libra --maior reserva de petróleo já descoberta no Brasil-- em parceria com a anglo-holandesa Shell, a francesa Total e as estatais chinesas CNPC e CNOOC.

O consórcio foi o único a apresentar proposta no evento realizado na segunda-feira (21), com uma oferta mínima de óleo lucro de 41,65% --parcela de petróleo destinada à União após serem descontados todos os custos de produção.

Tolmasquim disse que a União vai arrecadar R$ 15 bilhões com bônus de assinatura, R$ 270 bilhões em royalties, R$ 736 bilhões em óleo lucro e mais 34% de imposto sobre a renda das empresas do consórcio.

Para ele, os números são incontestáveis e compravam o sucesso do leilão e do novo modelo de partilha de produção.

"A renda que fica com o Estado brasileiro e suas empresas equivale a 85% da renda obtida de Libra. É difícil dizer que isso é um mau negócio", disse ele durante o Congresso Brasileiro de Energia, no Rio de Janeiro.

Processo teve muitas críticas

As críticas ao processo do leilão foram variadas: foram dos petroleiros, em greve nacional desde quinta-feira (17), até ex-executivos da Petrobras

O leilão foi considerado um teste para o regime de partilha, inédito no mundo. 

A gestão das estatais brasileiras desta vez definirá se os próximos leilões do pré-sal vão atrair outras companhias, ou se irá afugentar as existentes.

Maior descoberta de petróleo do país

O campo de Libra é considerado a maior descoberta de petróleo já realizada no Brasil.

A produção de petróleo do campo de Libra pode chegar a 1,4 milhão de barris por dia, segundo a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard.

A previsão mais otimista é quase 40% maior do que a prevista anteriormente (1 milhão de barris diários), uma diferença que pode render até US$ 400 milhões a mais por dia para a empresa ou consórcio vencedor do leilão, segundo especialistas do setor.

Atualmente, a produção nacional chega a 2 milhões por dia. O investimento chegará a US$ 181 bilhões, em 35 anos. O volume estimado de óleo recuperável varia de 8 bilhões a 12 bilhões de barris.