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Shopping centers têm pior Natal em cinco anos, diz associação

Aiana Freitas

Do UOL, em São Paulo

26/12/2013 10h46Atualizada em 26/12/2013 12h21

Os shopping centers tiveram o pior Natal em cinco anos, segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop).

Considerando-se lojas que já estavam funcionando no Natal de 2012, o faturamento ficou estável --ou seja, na média, não houve alta nem queda.

O desempenho variou de acordo com o setor. O de vestuário foi o que teve o pior desempenho na data: o faturamento caiu 1%. Esse setor é muito importante para os shopping centers porque concentra a maior parte das lojas nesses empreendimentos.

"Esse foi o pior Natal em cinco anos. Se não fosse o crescimento orgânico dos shoppings e as expansões, não teria havido crescimento nenhum", diz o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun.

Considerando-se todo o ano de 2013, o faturamento dos shoppings também ficou estável em relação a 2012, segundo a Alshop.

Inflação, endividamento e dólar caro foram 'vilões'

Os motivos desse resultado ruim no Natal, segundo a Alshop, foram o aumento da inflação, o crescimento do endividamento das famílias e a alta do dólar, entre outros.

"O Brasil cresceu demais nos últimos quatro, cinco anos. Mais de 50 milhões de novos consumidores apareceram. Em 2009, eles compravam liquidificador, geladeira, televisão, porque não tinham. Agora, eles só repõem. É natural que aconteça uma acomodação", diz o diretor de relações institucionais da associação, Luís Augusto Ildelfonso da Silva.

O valor médio gasto por cada consumidor em shopping centers populares variou de R$ 35 a R$ 55 neste Natal, de acordo com a Alshop. Nos shoppings destinados às classes de maior poder aquisitivo, ficou entre R$ 75 e R$ 125. Nos dois casos, houve queda de 10% no valor na comparação com o Natal de 2012.

Crescimento de 5% foi puxado por novas lojas

A inauguração de novas lojas e shopping centers pelo país, porém, fez com que, de forma geral, o faturamento dos shopping centers subisse 5% no Natal. Esse faturamento é real, ou seja, descontada a inflação.

Nesse cenário, o setor que registrou a maior alta foi o de perfumaria e cosméticos, cujas vendas cresceram 10% na comparação com 2012.

Em seguida aparecem óculos, bijuterias e acessórios (alta de 9%), e jóias e relógios (9%). O setor de brinquedos teve alta de 5%. Logo depois aparecem eletroeletrônicos e eletrodomésticos (4%), calçados (3%) e vestuário masculino e feminino (2%).

A expectativa para 2014 é de que o setor registre crescimento de 3% no ano.