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Lojas dos EUA usam celular como controle remoto e provador com scanner

Aiana Freitas

Do UOL, em São Paulo

21/01/2014 06h00

Lojas com scanners de corpo que tiram suas medidas e sugerem roupas que se encaixam perfeitamente no comprador. Provadores inteligentes, que buscam no estoque outras peças, caso o cliente não goste das que escolheu.

A forma como o consumidor faz compras deve mudar, e muito, nos próximos anos. Pelo menos é nisso o que apostam empresas de tecnologia e varejo. O objetivo delas é tornar a ida a uma loja uma experiência mais agradável e personalizada.

A maior parte dessas novas tecnologias ainda está em teste pelas empresas. Outras soluções já podem ser encontradas em lojas pelo mundo.

Desde o ano passado, algumas unidades da loja de departamentos Bloomingdale's, nos Estados Unidos, ganharam equipamentos da empresa Me-Ality. São cabines que funcionam como scanners de corpos.

Ao entrar nessa cabine, o consumidor tem suas medidas tiradas em dez segundos. Depois, recebe um guia com sugestões de roupas de várias marcas. Com o guia nas mãos, pode percorrer os corredores da loja e decidir o que quer levar para casa.

Cinco unidades da Bloomingdale's usam a tecnologia atualmente. Os scanners também podem ser encontrados em 70 shopping centers de 20 Estados americanos.

Roupas que chegam sozinhas ao provador

A loja americana de roupas Hointer, criada por Nadia Shouraboura, ex-executiva da Amazon, desenvolveu uma tecnologia para ser usada nas lojas por meio de um aplicativo de celular.

"Quis tornar a experiência dentro da loja mais divertida. Todo mundo tem um smartphone, então por que não usá-lo como o controle remoto da loja física?", diz a CEO da Hointer.

Ao entrar numa loja Hointer, o cliente vê, em exposição, um modelo de cada roupa à venda. Caso se interesse por algum, deve posicionar seu celular. Um aplicativo da empresa vai ler as informações contidas nas etiquetas afixadas nas peças e direcioná-las a um provador, se essa for a vontade do cliente.

As peças são levadas para o provador por meio de um sistema que funciona nos bastidores da loja. Caso o cliente não queira levar a peça para casa, ela pode ser descartada num compartimento dentro do provador. Se decidir comprar, basta carregar a roupa até um caixa automático e fazer, sozinho, o pagamento no cartão.

Por enquanto, a tecnologia é usada em lojas próprias, mas a Hointer diz que também tem firmado parcerias com outras lojas nos Estados Unidos, Cingapura e Reino Unido, para fornecer a tecnologia.

"Os clientes adoram. Muitos trazem seus amigos para compartilhar essa nova experiência de compra. Eles também acabam comprando muito mais", diz Nadia Shouraboura.

Foto da roupa compartilhada nas redes sociais

A tecnologia da Hointer foi um dos destaques da feira da National Retail Federation (NRF), o maior evento de varejo do mundo, realizado na semana passada em Nova York, nos Estados Unidos.

Durante a feira, a Motorola Solutions também mostrou novidades para tentar facilitar a vida dos consumidores, como um scanner para ser colocado dentro dos provadores.

Ao passar uma peça de roupa pelo equipamento, o cliente tem acesso a informações adicionais sobre ela, como opções de combinações, numa pequena tela fixada na parede. Se quiser, pode, ainda, compartilhar a foto da roupa para amigos pelas redes sociais. A tecnologia está sendo testada em redes americanas e brasileiras.

"O varejista hoje está muito preocupado em escutar o cliente", diz Roberto Mielle, gerente de vendas indiretas da Motorola Solutions. Um dos motivos para essa preocupação, diz Mielle, é o crescimento do comércio eletrônico.

Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da consultoria Gouvêa de Souza, concorda que as lojas online têm se mostrado vantajosas em vários aspectos, como no fornecimento de informações detalhadas sobre produtos e serviços e nas recomendações feitas por outros consumidores.

"Por isso existe uma tendência forte de renascimento da loja física. A loja passará a permitir mais experiência, mais entretenimento e atendimento diferenciado. O que vai acontecer é que vendedor tradicional vai acabar e teremos mais consultores", prevê Marinho.