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Dilma diz em Davos que emergentes vão continuar a ter papel estratégico

Do UOL, em São Paulo

24/01/2014 11h55Atualizada em 24/01/2014 16h58

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (23),em pronunciamento no Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), que os países emergentes continuarão a ter papel estratégico na economia global, liderando em capacidade de investimento e consumo.

"Ainda que as economias desenvolvidas mostrem claros indícios de recuperação, as economias emergentes continuarão a desempenhar um papel estratégico. Estamos falando dos países com as maiores oportunidades de investimento e de ampliação do consumo.", disse.

Dilma participa pela primeira vez do evento, que recebe chefes de Estado e líderes empresariais das principais economias mundiais. A estreia da presidente no Fórum acontece em um momento de pouca confiança dos investidores internacionais com o futuro de diversos países emergentes, cujo crescimento indica desaceleração.

Segundo Dilma, há pressa em dizer que, depois da crise econômica mundial, as economias emergentes serão menos dinâmicas.

"É apressada a tese segundo a qual, depois da crise, as economias emergentes serão menos dinâmicas. Serão muito dinâmicas porque lá estão grandes oportunidades, até porque os fluxos atuais de investimento e comércio e as elevadas taxas de emprego e o horizonte de oportunidades destas economias apontam em outra direção, na direção das oportunidades."

A presidente disse que a confiança é indispensável para que o mundo se recupere completamente da crise financeira global de 2008, "a mais profunda e complexa desde 1929", disse.

"A saída definitiva da crise requer um enfoque que privilegie não apenas o curto prazo, ele é muito importante, mas é natural que num ambiente de crise, e contaminado por seus efeitos adversos, muitas avaliações acabem privilegiando apenas essa dimensão temporal."

Dilma citou também as manifestações que ocorreram no país em junho de 2013, e disse que seu governo não reprimiu, mas, pelo contrário, "ouviu e compreendeu a voz das ruas". "Criamos cidadãos com mais consciência e parte deles esteve nas manifestações de junho. Essas manifestações fazem parte do processo democrático", disse.

A presidente aproveitou o discurso para reiterar que o Brasil está preparado para receber a Copa do Mundo deste ano.

Dilma aponta Brasil como ampla fronteira de negócios

A presidente focou parte do seu discurso nas oportunidades de negócios que o país oferece.

“O Brasil é hoje uma das mais amplas fronteiras de oportunidades de negócios. Nosso sucesso nos próximos anos estará associado à parceria com os investidores de todo o mundo", disse.

Ainda segundo a presidente, o Brasil sempre recebeu bem o investimento externo em seu governo.

"Meu governo adotou medidas para facilitar ainda mais essa relação. Aspectos da conjuntura recente não devem obscurecer essa realidade. Como eu disse até aqui o Brasil precisa e quer a parceria com o investimento privado nacional e externo”, afirmou.

Dilma disse ainda que o Brasil está empenhado nas negociações do Mercosul com a União Europeia para acordos comerciais.

"O Brasil está pronto, está empenhado também nas negociações do Mercosul com a União Europeia para um acordo comercial. Volto a dizer que um novo ciclo de crescimento econômico mundial está em gestação", disse.

Dilma diz que inflação e despesas do governo estão sob controle

A presidente afirmou, ainda, que a inflação brasileira está sob controle. 

"A inflação no Brasil permanece sob controle, e desde 1999 o Brasil segue o regime de metas. Nos últimos anos, perseguimos o centro da meta, e a cada ano trabalhamos para lograr esse objetivo. Os resultados obtidos até aqui estão dentro do intervalo admitido por este regime monetário", afirmou.

Segundo Dilma, "as elevadíssimas taxas de inflação dos anos 80 e 90 ensinaram o poder destrutivo do aumento dos preços".

"A estabilidade da moeda é hoje um valor central do nosso país e da nossa nação. Quero enfatizar que nós não transigimos com a inflação. A responsabilidade fiscal, por sua vez, é um princípio basilar da nossa visão de desenvolvimento econômico e social", disse.

De acordo com a presidente, as despesas correntes do governo federal estão sob controle, e houve uma melhora qualitativa das contas públicas nos últimos anos.

"Conseguimos acentuada redução da dívida líquida do setor público.", afirma.

(Com Reuters)