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BC eleva taxa básica de juros para 10,75%, nível do início do governo Dilma

Do UOL, em São Paulo

26/02/2014 20h43Atualizada em 27/02/2014 08h33

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros (Selic) de 10,5% para 10,75% ao ano, reduzindo o ritmo de alta. A decisão veio dentro do esperado pela maioria dos analistas

Segundo o Copom, a decisão unânime "dá prosseguimento ao processo de ajuste da taxa básica de juros, iniciado em abril de 2013". A única alteração no comunicado foi a retirada da expressão "neste momento" utilizada na reunião passada.

Com isso, a Selic volta ao mesmo patamar em que estava quando Dilma Rousseff assumiu o governo, quando a taxa de dezembro de 2010 era de 10,75%. 

No primeiro mês dela (janeiro de 2011), a Selic subiu para 11,25% e foi sendo elevada, até bater em 12,50%, em julho de 2011. Depois, passou a cair continuamente, até a mínima de 7,25%, mantida de outubro de 2012 a março de 2013.

A partir de abril de 2013, os membros do Copom passaram a subir a taxa de juros, e foi assim nas oito reuniões que aconteceram desde então. Em abril de 2013, a alta foi de 0,25 em ponto percentual; nas seis reuniões seguintes, acelerou para 0,5 ponto percentual. Agora, o BC volta a reduzir o ritmo da alta para 0,25 ponto.

A poupança continua rendendo com seu potencial máximo. Uma nova regra de 2012 estabelece que ela renda menos quando a Selic estiver igual ou inferior a 8,5% ao ano. Nesse caso, a caderneta daria 70% da Selic mais a TR. Como está acima disso, o rendimento é o tradicional: 6,17% ao ano mais a TR.

Taxa de juros é ferramenta para tentar combater inflação

A Selic é usada pelo BC para tentar controlar o consumo e a inflação, ou estimular a economia. Analistas já esperavam uma alta da taxa de juros para combater a alta de preços, que tem preocupado o governo. A inflação oficial subiu 0,55% em janeiro.

Quando os juros sobem, as pessoas tendem a gastar menos e isso faz o preço das mercadorias cair, controlando a inflação, em tese. Por outro lado, juros altos seguram a economia e fazem o PIB (Produto Interno Bruto) ficar baixo.

Se os juros estão elevados, as empresas investem menos, porque fica caro tomar empréstimos para produção, e as pessoas também reduzem seus gastos, porque o crediário fica mais alto. Essa situação deixa a economia com menos força. O lado bom é que investimentos baseados em juros são beneficiados e rendem mais para o aplicador.

Por outro lado, com juros mais baixos, há mais consumo e mais risco de inflação, porque as pessoas compram mais e nem sempre a indústria consegue produzir o suficiente. Quando há falta de produtos, a tendência é que eles fiquem mais caros.

A taxa básica de juros orienta o restante da economia, mas há pouco impacto na vida prática de quem precisa usar o cheque especial ou cartão de crédito. Analistas dizem que essas taxas são tão altas que pequenas variações na Selic são incapazes de aliviar ou pesar no bolso no dia a dia.

Entenda o Copom

O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros, mas a Selic já era usada como indicador desde 1986.

As reuniões do Copom ocorrem a cada 45 dias em Brasília.

O colegiado é composto pelo presidente do Banco Central e os diretores de Administração, Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, Fiscalização, Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural, Política Econômica, Política Monetária, Regulação do Sistema Financeiro, e Relacionamento Institucional e Cidadania.

(Com agências)