Cerveja das falsas tchecas muda de dono e chega a SP e MG 3 anos atrasada
Depois de mudar dono e com três anos de atraso, a cerveja Proibida, que ficou conhecida depois de uma campanha de marketing com duas falsas tchecas no programa Pânico na TV!, está chegando ao Sudeste.
A bebida pode ser encontrada em bares, restaurantes e supermercados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. A empresa diz que a marca vai chegar em breve ao Rio de Janeiro, mas não definiu data.
Em 2011, a marca provocou barulho quando infiltrou duas modelos "tchecas" (na verdade, a eslovaca Michaela Matejkova e a inglesa Alicia Seffras) no programa, sem que a produção soubesse que a iniciativa fazia parte de uma ação publicitária.
A expectativa inicial era de que a marca chegasse ao Sudeste em junho daquele ano. Depois, os planos foram adiados para o fim de 2011. Mas a marca, que pertence à Companhia Brasileira de Bebidas Premium (CBBP), permaneceu concentrada no Nordeste, onde nasceu.
Empresa ganhou novas fábricas e novo dono
A empresa não diz os motivos pelos quais os planos de expansão não foram adiante. Mas, nesse período, a CBBP passou por algumas mudanças. Em março de 2013, a companhia, que era administrada por João Paulo Noronha, foi vendida para o empresário Nelson Morizono.
A empresa também se expandiu: além da fábrica de Pindoretama (CE), ganhou mais duas unidades: uma em Dias D'Ávila (BA) e outra em Frutal (MG).
Nos últimos oito meses, o foco tem sido o aumento da distribuição da Proibida. Uma nova campanha publicitária nacional, estrelada pelo cantor Leonardo, foi colocada no ar. "Chegou a Proibida. E chegou estupidamente gostosa", diz o garoto-propaganda, destacando o tom de "novidade" que a empresa quer dar à marca.
"Além da campanha nacional, a marca vai investir em eventos regionais e ações promocionais em todos os mercados. O Rio de Janeiro está no alvo de investimento", diz o departamento de marketing da empresa, em nota enviada por e-mail.
Em São Paulo, as redes Extra e Carrefour comercializam o produto. A cerveja também está à venda em algumas unidades do Walmart e deve chegar à toda a rede até abril.
Marketing em programa de TV acabou na Justiça
O marketing plantado no Pânico na TV! causou um desconforto entre a CBBP e a Rede TV!, que exibia o programa na época (hoje, a atração está na Band). O programa era patrocinado pela Skol, concorrente da Proibida. A CBBP teve de responder a uma ação na Justiça. O problema está superado, diz a empresa.
"Esse processo aconteceu e terminou de uma forma positiva para ambos os lados. A partir de um acordo judicial, hoje somos anunciantes no canal e vivemos um momento de forte parceria com a emissora. A estratégia foi válida, pois quebrou paradigmas e lançou um produto irreverente, divertido e inovador", diz a CBBP, em nota.
Para Daniela Khauaja, coordenadora acadêmica de pós-graduação da ESPM, a campanha teve um efeito nulo sobre a marca. "A empresa fez uma ação controversa, arrojada a arriscada, mas que acabou não atrapalhando nem ajudando", afirma. "Ninguém lembra mais da marca."
Ela diz que o maior desafio da empresa é fazer uma boa distribuição do produto. "Para uma empresa que se propõe a atuar no mercado de bebidas, o mais importante é ter uma boa distribuição, muito mais do que uma boa comunicação. Esse é o grande desafio da marca hoje, porque ela está recomeçando praticamente do zero."
Empresa concorre com duas gigantes do setor
A tarefa, alerta a especialista, não é fácil, uma vez que a CBBP concorre com gigantes do setor, como Ambev (dona das marcas Skol, Brahma, Antarctica, Bohemia e Original) e Brasil Kirin (Schin e Devassa).
Para tentar se destacar no mercado, a CBBP tenta vender a Proibida como uma cerveja pielsen mais próxima da original, criada na República Tcheca.
O malte e o lúpulo usados na produção são importados daquele país. A cerveja é vendida como um produto premium, mas a intenção da empresa é focar no consumidor popular. Os preços variam de R$ 2,09 (lata de 350ml) a R$ 2,29 (garrafa de 355ml).
Atualmente, a CBBP produz também as cervejas Bauhaus e Santa Fé, que são vendidas em casas especializadas em São Paulo.
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