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Marcas do Brasil cruzam fronteiras; Vivenda do Camarão vira Shrimp House

Aiana Freitas

Do UOL, em São Paulo

22/04/2014 06h00

Estados Unidos, Colômbia, Portugal, Israel e Japão. Com o objetivo de ampliar vendas e internacionalizar suas marcas, empresas brasileiras têm escolhido países para abrir novas lojas, o que muitas vezes exige adaptações ao gosto local.

No mês passado, um restaurante Shrimp House foi aberto em um shopping center de Miami, na Flórida (EUA). O nome em inglês, inicialmente estranho aos ouvidos dos brasileiros, é uma adaptação de uma marca bastante conhecida por aqui: a rede de frutos do mar Vivenda do Camarão.

É a segunda unidade que a empresa abre nos EUA em menos de seis meses. Em novembro, um restaurante foi inaugurado em Coral Springs, também na Flórida. O investimento foi de US$ 750 mil por loja. Os planos incluem a abertura de 25 unidades próprias até o ano que vem e, depois, a criação de um modelo de franquias.

"Temos planos de abrir unidades em outros países também, principalmente na América Latina, como Uruguai, Colômbia e Chile. Mas a crise financeira americana abriu uma oportunidade interessante, porque tornou nossa entrada nos EUA mais fácil e barata", diz Rodrigo Perri, sócio-diretor da Vivenda do Camarão.

Apesar de os restaurantes serem frequentados por muitos brasileiros, segundo Perri, a maioria do público é de americanos e latinos.

Saturação do mercado nacional

É assim também nas dez unidades da rede Giraffas naquele país, que exigiram investimentos de US$ 15 milhões. A primeira foi aberta em 2011, depois de cinco anos de estudo, afirma o CEO do Giraffas EUA, João Barbosa.

Mais quatro devem ser inauguradas até o fim deste ano. A partir do ano que vem, a empresa quer procurar franqueados.

"Vimos um aumento da concorrência no Brasil, principalmente de marcas vindas de fora, e um início de saturação do mercado nacional. Uma das nossas estratégias foi, então, procurar novos mercados. Achamos que os Estados Unidos seriam um país interessante, porque é um mercado maduro e dinâmico, e uma vitrine para o mundo", diz Barbosa.

A crise americana, afirma, também foi um fator determinante para a entrada naquele mercado. O Giraffas atua no chamado fast casual, um segmento que se posiciona entre o fast food (como o McDonald’s) e o casual dining (como o Outback).

"O conceito de fast casual é que é possível comer bem e com qualidade por um preço justo e com serviço rápido. Com a crise de 2008, esse segmento explodiu nos EUA. As pessoas não querem mais gastar US$ 30 no almoço. Nós oferecemos pratos na faixa de US$ 8 a US$ 12", afirma o CEO.

As operações no exterior representam, atualmente, 4% do faturamento do grupo. A meta é que essa participação chegue a 25% em 2020.

Óculos espalhados pelo mundo

A rede de acessórios (óculos escuros, relógios, bolsas e chapéus) Chilli Beans começou seu processo de internacionalização há alguns anos, em 2005, nos Estados Unidos.

A segunda unidade foi aberta no ano seguinte em Portugal e hoje já existem unidades na Colômbia, no Peru, em Israel e nos Emirados Árabes.

Caito Maia, presidente da Chilli Beans, diz que o objetivo é tornar a marca global. "Apesar de sermos uma marca brasileira, a ideia é sermos mesmo um varejo global e vender a consumidores em geral."

A internacionalização é velha conhecida da marca O Boticário, que abriu sua primeira loja em Lisboa (Portugal) em 1986.

Atualmente, a empresa tem 85 lojas no Japão, em Angola, nos Estados Unidos, na Venezuela e no Paraguai. Seus produtos podem ser encontrados também em pontos de venda multimarcas.

"Investimos no processo de internacionalização da marca para ampliar a visibilidade e a atuação da empresa no mercado internacional. Procuramos atender tanto os brasileiros que moram fora quanto os estrangeiros que buscam produtos diferentes com as características dos cosméticos brasileiros", diz Nicolas Pabon, gerente comercial internacional de O Boticário.