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Boeing inaugura instalação no interior de SP e pesquisa combustível de soja

O vice-presidente do Centro de Pesquisa e Tecnologia da Boeing no Brasil, Al Bryant, faz apresentação das instalações do centro de estudos em São José dos Campos - Letícia Marçal/UOL
O vice-presidente do Centro de Pesquisa e Tecnologia da Boeing no Brasil, Al Bryant, faz apresentação das instalações do centro de estudos em São José dos Campos Imagem: Letícia Marçal/UOL

Letícia Marçal

Do UOL, em São José dos Campos (SP)

04/06/2014 16h16

A fabricante de aviões norte-americana Boeing inaugurou nesta quarta-feira (4) o Centro de Pesquisa e Tecnologia no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP).

Um dos destaques é o estudo de biocombustível para os aviões. A Boeing avalia a viabilidade comercial de produtos como cana-de-açúcar, soja e macaúba (um tipo de palmeira).

No centro, além dos projetos com biocombustíveis sustentáveis, serão estudados temais como metais e biomateriais em aviões; gerenciamento avançado de tráfego aéreo; tecnologia de apoio e serviços; e sensoriamento remoto (adquirir informações com o uso de satélites e drones).

Esse é o sexto centro de pesquisa avançada da Boeing fora dos Estados Unidos. A companhia também mantém pesquisas na Europa (Espanha), China, Índia, Rússia e Austrália, além dos cinco centros que tem nos Estados Unidos.

Para o desenvolvimento das pesquisas no Brasil, a Boeing fechou parcerias com empresas, universidades e institutos do governo. São parceiros a Embraer, a USP (Universidade de São Paulo), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial) e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Os investimentos e a propriedade intelectual da tecnologia serão divididos entre a Boeing e os parceiros. No centro em São José, será feita a coordenação dos projetos, e a parte prática das pesquisas será desenvolvida nos laboratórios dos parceiros.

Quando a tecnologia estiver em um estágio mais avançado, a ideia é que se criem novos laboratórios onde se possam fazer testes nos aviões e desenvolver protótipos para que o produto venha a ser comercializado.

A princípio, a Boeing vai contratar de 10 a 12 pesquisadores para gerenciar os projetos. Os profissionais são todos brasileiros. De acordo com crescimento das pesquisas, mais profissionais devem ser contratados.

Empresa quer fazer biocombustíveis comercialmente viáveis

De acordo com Al Bryant, vice-presidente do Centro de Pesquisa e Tecnologia da Boeing no Brasil, o desenvolvimento da viabilidade comercial do biocombustível para avião é um projeto promissor no Brasil.

O biocombustível já é usado em alguns aviões, misturado com combustíveis tradicionais derivados do petróleo. Al Bryant diz que o uso do combustível verde não é feito em todos os aviões não por problemas técnicos, como a adaptação de motores, mas, sim, pela oferta reduzida do produto.

Algumas empresas fora do Brasil já vendem biocombustíveis para aviões, mas a produção não é feita em grande escala.

O objetivo da Boeing é tornar a produção em escala viável. Em parceria com a Embraer e com a Fapesp, a Boeing desenvolveu o plano de voo para encontrar a melhor matéria-prima para o biocombustível, a melhor maneira de convertê-la em combustível e toda a logística do processo.

A Boeing estuda matérias-primas tradicionais, como a cana-de-açúcar e a soja, mas também quer encontrar outras possibilidades, como a macaúba, comum na região de Minas Gerais.