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Dívidas em atraso sobem 0,28% para SPC e caem 2,8% para Boa Vista

Do UOL, em São Paulo

08/09/2014 16h02

Duas entidades responsáveis por levantar os dados sobre as dívidas em atraso no país divulgaram seus resultados nesta segunda-feira (8), mas apontaram para cenários divergentes.

De acordo com o SPC Brasil, houve alta de 0,28% na inadimplência entre julho e agosto, e de 5,09% em relação a agosto do ano passado.

Para a Boa Vista SCPC, a inadimplência recuou 2,8% em agosto na comparação com julho, mas subiu 1,5% sobre agosto de 2013.

Os dados são diferentes porque a metodologia adotada não é a mesma, tampouco a abrangência das pesquisas (leia mais abaixo).

Para Boa Vista, inadimplência caiu, mas cenário é negativo

De acordo com a Boa Vista, houve queda de 2,8% no número de dívidas em atraso há mais de 90 dias em agosto na comparação com julho. No critério anual, houve alta de 1,5%.

O valor médio real das dívidas incluídas em agosto foi de R$ 1.061,76, após ajustes estatísticos.

"Ao longo do ano, observamos poucas oscilações das variáveis condicionantes na economia para a inadimplência, e a expectativa é que até o fim do ano, a maior seletividade das empresas concedentes de crédito, o desaquecimento no mercado de trabalho e as taxas de juros permaneçam em níveis próximos aos atuais", afirmou a Boa Vista em nota. 

A expectativa da empresa é de que, ao final de 2014, o número de registros de consumidores inadimplentes registre alta, ficando em torno de 2,5%.

SPC afirma que indicador deve ter alta no final do ano

Para o SPC, a inadimplência cresceu 0,28% entre julho e agosto, e 5,09% em agosto na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Levando em consideração todos os CPFs registrados como inadimplentes nos bancos de dados aos quais o SPC Brasil tem acesso, os estatísticos estimam que ao final de agosto de 2014 havia pelo menos 55 milhões de CPFs de consumidores com dívidas atrasadas no Brasil.

Para o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, "os indicadores de agosto reforçam a tendência de crescimento da inadimplência até o fim do ano por conta de um contexto macroeconômico menos favorável, marcado pela alta inflação , pelo encarecimento do crédito  e pela consequente deterioração da confiança de empresários e de consumidores".

Números podem variar de acordo com entidade

Dados sobre dívidas em atraso são coletados e divulgados por três empresas diferentes, em âmbito nacional: a Boa Vista, o SPC e a Serasa. Os dados divulgados podem ser diferentes uns dos outros.

A discrepância nos resultados pode ocorrer porque os números se referem apenas às lojas atendidas por cada uma das empresas. Seus números são válidos apenas para seus clientes, e não podem ser generalizados para todo o país.

As lojas podem contratar os serviços de qualquer uma das três ou de nenhuma delas.

Nenhum dos institutos revela detalhes de sua metodologia de pesquisa (como número total de clientes atendidos, distribuição geográfica e composição estatística), por considerar este dado uma informação estratégica da empresa.

Rodolfo Olivo, professor de finanças empresariais da Faculdade FIA, faz uma ressalva em relação à abrangência das pesquisas. "Embora as bases de dados das empresas sejam nacionais, elas não podem ser consideradas representativas, porque não sabemos se são aplicados critérios estatísticos amplos", afirma.