Secretário diz que não pediu para população trocar carne por frango e ovo
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, disse nesta quinta-feira (9) que não pediu à população para trocar carnes, cujo preço está aumentando, por frango e ovo.
Em nota oficial, ele informou que apenas indicou que pode estar ocorrendo uma substituição natural de fontes de proteína mais caras por mais baratas.
Secretário quis 'chamar a atenção para um movimento de substituição'
De acordo com a nota, não houve intenção de sugerir um comportamento específico para as famílias.
“Ao comparar as variações dos preços dos alimentos em setembro, [o secretário] pretendia somente chamar a atenção para um movimento de substituição que pode estar em curso”, diz o comunicado.
Conforme o texto, esse tipo de comportamento existe na economia e é chamado de efeito substituição.
Inflação oficial em 12 meses passa limite da meta do governo
Ao comentar, na véspera (8), a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), Holland chamou a atenção para o fato de que o preço de outros produtos está subindo menos que o das carnes, que puxaram para cima a inflação no mês passado.
O índice atingiu 0,57% em setembro e acumula 6,75% no acumulado de 12 meses, acima do teto da meta do governo inflação.
O objetivo do governo é manter a inflação em 4,5%, mas há uma tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, ou seja, pode variar entre 2,5% e 6,5%.
Comentários foram interpretados 'incorretamente'
“Há uma série de outros produtos substitutos [da carne], como frango, ovos e aves, que vêm apresentando comportamento benigno [de preços] neste ano”, disse o secretário.
Ele voltou ao tema em outro momento da entrevista: “É importante dizer que tem outros substitutos [para a carne]. A população precisa ficar atenta a isso.”
Segundo Holland, esses comentários foram interpretados incorretamente.
Durante a entrevista coletiva, o secretário atribuiu a alta de 3,17% no preço das carnes em setembro ao período de entressafra e disse que os preços se acomodarão nos próximos meses.
Holland lembrou, ainda, que diversos alimentos registraram deflação no mês passado, como batata inglesa, óleo e feijão.
“São produtos muito importantes da mesa dos consumidores brasileiros”, destacou.
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