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Investimento estrangeiro na América Latina e Caribe cai 23% no 1º semestre

Da Agência Brasil, em Brasília

23/10/2014 15h38

O investimento estrangeiro direto (IED) caiu 23% durante o primeiro semestre de 2014 em relação ao mesmo período do ano passado nos países da América Latina e Caribe, totalizando US$ 84 bilhões informou nesta quinta-feira (23) a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). 

Por outro lado, em nível global, estima-se que os fluxos de IED vão aumentar 10% em relação a 2014 devido, principalmente, ao investimento recebido pelos países desenvolvidos, destacou o organismo regional das Nações Unidas, em nota à imprensa.

Os dados divulgados hoje são atualizados a cada ano e publicados no relatório Cepal Investimento Estrangeiro Direto na América Latina e no Caribe, cuja última edição foi lançada em maio.

Entre os fatores que explicam o declínio no IED para a região estão a ausência de grandes aquisições de empresas durante o primeiro semestre de 2014 (para compensar as operações no mesmo período do ano passado), além da redução de investimentos em mineração, devido à queda dos preços dos metais.

No caso do Brasil, o país registrou aumento de 8% no IED durante os primeiros oito meses de 2014 em relação ao mesmo período de 2013, e as estimativas oficiais indicam que a receita anual será semelhante a do ano anterior.

Os dados da Cepal indicam também que os investimentos brasileiros diretos no exterior, durante os primeiros oito meses do ano, foram positivos pela primeira vez desde 2010. 

A dívida negativa entre controladoras e controladas continuou a um ritmo semelhante ao do ano anterior, o que indica que a prática de empresas brasileiras de empréstimos no estrangeiro não mudou. 

Entre janeiro e agosto de 2014 essas saídas foram compensadas por um aumento de 48% no capital dessas empresas.

O relatório da comissão, aponta ainda que boa parte da queda de investimentos estrangeiros diretos se concentraram no México, após a compra em 2013 da cervejaria Modelo por parte da multinacional belga Anheuser-Busch InBev e em operações da participação acionária AT&T, empresa de telefonia. 

O documento destaca, no entanto, que essas situações são atípicas e que o México continuou recebendo investimentos estrangeiros em nível similar aos cinco anos anteriores.