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Brasil já produz etanol de bagaço e palha de cana em Alagoas e São Paulo

Elza Fiúza/ABr
Imagem: Elza Fiúza/ABr

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

20/12/2014 06h00Atualizada em 20/12/2014 13h44

Carro movido a bagaço e palha da cana-de-açúcar já é realidade no país. Esse material, que sobra da produção do etanol comum, virou matéria-prima para um novo combustível, o chamado etanol de segunda geração ou, simplesmente, etanol 2G.

Ele já era produzido em quantidades pequenas, de forma experimental, mas recentemente começou a ser fabricado em escala comercial.

Em Alagoas, a produção fica por conta da GranBio, na usina de São Miguel dos Campos, a 60 km de Maceió. Em São Paulo, a usina em Piracicaba (160 km da capital) é da Raízen, divisão de açúcar e etanol da Cosan.

O etanol vendido atualmente é feito por meio da fermentação do açúcar contido na cana. O bagaço da planta é usado apenas por algumas usinas para gerar energia elétrica, e parte da palha fica na lavoura, como fertilizante para a terra.

A vantagem do novo etanol é que pode aumentar em até 50% a produção de biocombustível sem necessidade de aumentar a área plantada de cana-de-açúcar. A nova fórmula de produção promete ser uma fonte mais limpa (com menos emissão de poluentes) e barata de etanol.

Especialistas afirmam que o etanol 2G não afeta o desempenho dos carros.

À venda em posto de Piracicaba (SP)

Os primeiros 500 mil litros de etanol 2G produzidos pela Raízen foram colocados à venda nesta semana no posto GT Shopping (av. Limeira, 950), da rede Shell, em Piracicaba (SP). Ele é vendido ao mesmo preço que o etanol convencional. 

A GranBio diz que seu produto deve chegar em breve aos postos, mas não há data definida. A distribuição começará por Alagoas.

As duas empresas afirmam que o novo combustível estará disponível para os consumidores de todo o país em 2015. 

E o preço?

Para o GranBio, uma das grandes vantagens do etanol 2G é o custo de produção, que pode trazer uma boa notícia para os donos de automóveis.

“À medida que essa indústria ganhar escala no Brasil, o preço pode cair, pois o custo de produção do etanol 2G é mais baixo que o de primeira geração”, informou.

Quando operar a plena capacidade, a empresa espera que o custo de produção do etanol de segunda geração seja 20% mais baixo que o do biocombustível de primeira geração.

Investimentos para o futuro

A Raízen afirma que planeja construir outras sete unidades dedicadas à produção do etanol de segunda geração até 2024.

A Granbio diz que pretende investir mais R$ 4 bilhões até 2022 na construção de fábricas e no desenvolvimento de matéria-prima e tecnologia.