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Governo vai anunciar política de gastos nas próximas semanas, diz Levy

Do UOL, em São Paulo

05/01/2015 19h00

Sem orçamento para 2015 aprovado, o governo deverá anunciar, nas próximas semanas, a política de gastos públicos para este ano, anunciou o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, nesta segunda-feira (5). Segundo ele, o respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal vai guiar as despesas e a concessão de incentivos federais.

“O rigor de verificação no pagamento dos serviços contratados e de contas diversas apresentadas ao Tesouro acompanhará a tônica do governo no controle e melhora do gasto público”, declarou Levy.

Pela regra atual, caso o governo federal inicie um ano sem o Orçamento-Geral da União aprovado, os gastos obrigatórios continuam a ser executados normalmente. Os investimentos federais, no entanto, passam a ser executados por meio de restos a pagar (verbas de anos anteriores) e a obedecer a limites mensais determinados pelo duodécimo – a cada mês, o governo pode gastar um doze avos dos investimentos executados no ano anterior.

Durante o discurso de posse, o ministro ressaltou que os novos sistemas de controle implementados no Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal) permitirão monitorar, com mais eficiência, o processo e a qualidade do gasto público.

Ele lembrou que o corte de subsídios a empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o maior rigor na concessão de pensões por morte, do seguro-desemprego e do abono salarial evitarão excessos de gastos sem retirar benefícios a quem tem direito.

Incentivos fiscais vão obedecer Lei de Responsabilidade Fiscal

Levy destacou ainda que eventuais incentivos fiscais, de agora em diante, terão de respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal, que determina que reduções de tributos e benefícios só podem ser concedidos se houver fonte específica de recursos. Segundo ele, a concessão irresponsável de benefícios setoriais leva ao baixo crescimento econômico.

“Não podemos procurar atalhos e benefícios que impliquem em redução acentuada da tributação para alguns segmentos, por mais atraente que elas possam ser, sem considerar seus efeitos na solvência do Estado, face à expansão persistente dos gastos obrigatórios ou não. Porque essa seria a fórmula para o baixo crescimento endêmico”, declarou.

O novo ministro da Fazenda lembrou que a Lei de Responsabilidade Fiscal prevê criteriosa análise e medidas compensatórias para qualquer benefício fiscal ou redução de impostos, assim como para a criação de novas despesas obrigatórias ou continuadas.

(Da Agência Brasil)