IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Seca prejudica lavouras e influi no aumento do preço dos alimentos em 2014

Do UOL, em São Paulo

09/01/2015 12h39Atualizada em 09/01/2015 15h55

A seca provocada pelo menor índice de chuvas no final de 2013 e ao longo do ano passado foi um dos grandes vilões da inflação oficial em 2014. Segundo a coordenadora de Índices de Preços do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Eulina Nunes dos Santos, “a seca prejudicou tanto o abastecimento de energia quanto as lavouras”.

Com o clima mais seco, a produtividade das lavouras cai e, consequentemente, há uma redução da oferta de alimentos no país e no mundo e uma alta nos preços. Em 2014, por exemplo, os alimentos tiveram aumento de preços de 8,03%.

O custo da seca também acaba tendo influência indireta em alguns produtos. As carnes, por exemplo, foram o item que mais influenciou a inflação, com alta de preços de 22,21%. Com menos chuva, o pasto é prejudicado e isso aumenta o custo para alimentar o rebanho.

Seca também afeta preço da energia

A seca também causou impacto no custo da energia elétrica. A falta de chuva esvaziou os reservatórios das usinas. Com menor potencial hidráulico, foi necessário produzir eletricidade a partir de usinas termelétricas, que são mais caras do que a energia produzida a partir da força da água.

Segundo Eulina Nunes dos Santos, as alterações climáticas vêm prejudicando a oferta de alimentos nos últimos anos. Em dez anos, a alta acumulada dos alimentos é 99,73%, enquanto a inflação acumulada no período foi 69,34%. “A seca e, às vezes, a chuva em excesso têm prejudicado as lavouras não só no Brasil, como no mundo todo”, disse.

Alta do dólar e da renda também influenciam inflação

Há, no entanto, outros fatores que têm contribuído para a inflação, como a alta do dólar e o aumento da exportação de produtos, como a própria carne. O aumento da procura gerado pelo crescimento do emprego e da renda também tem seu impacto nos preços.

Os alimentos fora de casa, por exemplo, ficaram 136,14% mais caros em dez anos.

“As pessoas procuram mais a refeição fora de casa. Há ainda o aumento do custo dos estabelecimentos, com elevação dos alimentos, do aluguel e dos salários. Os custos fazem com que esses preços aumentem”, disse.

Outros itens com alta de preços acima da média, nos últimos dez anos, foram o aluguel residencial (100,49%) e o empregado doméstico (181,89%).

(Com Agência Brasil)