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Brasileiro descuida da aposentadoria, mas é otimista com futuro, diz estudo

Mariana Bomfim

Do UOL, em São Paulo

04/02/2015 13h23Atualizada em 04/02/2015 18h08

Dos brasileiros que têm algum dinheiro guardado, pouco mais da metade pensa em usar esses recursos para a aposentadoria. Ainda assim, a maioria deles (quase 80%) estão otimistas em relação ao futuro financeiro.

Os números são de uma pesquisa feita pela Black Rock, multinacional de gestão de investimentos, e divulgada nesta quarta-feira (4). 

Segundo o estudo, 57% dos investidores brasileiros poupam para a aposentadoria, percentual menor que na América Latina (67%) e no mundo (62%).

O número é baixo e prenuncia uma crise no futuro,  já que a expectativa de vida da população aumenta a cada ano e essa população não poupa o suficiente para a aposentadoria, afirma o diretor da empresa na América Latina, Portugal e Espanha, Armando Senra. "Você não consegue investir para o futuro quando já estiver no futuro", disse.

Quem investe para se aposentar está poupando pouco

No Brasil, os entrevistados prestes a se aposentar (entre 55 e 64 anos) disseram desejar uma renda média anual de R$ 67 mil (R$ 5.583 mensais) na aposentadoria. Eles afirmam, porém, terem economizado o suficiente para apenas um ano.

A principal razão citada, segundo a pesquisa, é o alto custo de vida, seguido da renda baixa. Com isso, 78% dos entrevistados dizem acreditar que não terão uma aposentadoria confortável. 

Apesar disso, brasileiros se mostram otimistas com o futuro

O estudo aponta, ainda, que 77% dos investidores brasileiros têm uma visão positiva sobre seu futuro financeiro. O otimismo é maior do que na América Latina (74%) e bem mais alto que no mundo (56%).

"Nos últimos anos, o salário das pessoas aumentou mais que a inflação, mesmo com o baixo crescimento do PIB [Produto Interno Bruto], o que ajuda a explicar o otimismo", disse a diretora de operações da Black Rock na América Latina, em Portugal e na Espanha, Karina Saade.

Metodologia da pesquisa

As entrevistas foram realizadas em julho e agosto de 2014. Por esse motivo, a pesquisa não pôde captar o possível impacto de acontecimentos posteriores, como o resultado das eleições e as investigações sobre corrupção na Petrobras, nas perspectivas dos investidores.

Para o estudo, foram entrevistadas 27,5 mil pessoas em 20 países, sendo 1.000 no Brasil. Foram ouvidos investidores comuns, além de profissionais, com amostra representativa da população de cada país.

O levantamento foi feito pela empresa de pesquisas independente Cicero Group, com margem de erro de aproximadamente 1,5 ponto percentual.