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Corregedoria investiga conduta de juiz que usou Porsche apreendido de Eike

Foto mostra o juiz Flávio Roberto de Souza dirigindo o Porsche apreendido de Eike - Rafael Moraes/Agência O Globo
Foto mostra o juiz Flávio Roberto de Souza dirigindo o Porsche apreendido de Eike Imagem: Rafael Moraes/Agência O Globo

Do UOL, em São Paulo

24/02/2015 15h31Atualizada em 24/02/2015 19h34

A corregedoria do Tribunal Regional Federal da Segunda Região, no Rio de Janeiro, abriu nesta terça-feira (24) um processo para investigar a conduta do juiz federal Flávio Roberto de Souza. 

O processo foi aberto por decisão do desembargador federal José Antônio Lisbôa Neiva.

O juiz, que cuida do processo de Eike Batista por crimes contra o mercado financeiro, foi acusado de usar um dos carros do empresário apreendidos pela Justiça. A denúncia foi feita pelo advogado de Eike, Sérgio Bermudes. 

Em entrevista à "Folha", o juiz confirmou que estava com o Porsche de Eike Batista e disse ter guardado o veículo na garagem do prédio onde mora, na Barra da Tijuca, para ficar seguro e protegido de sol e chuva. 

Ele que enviou um ofício ao Detran para informar a transferência do carro e que não houve irregularidade. 

UOL tentou contato com o juiz Flávio Roberto de Souza por celular, mas ele não atendeu à ligação.

Bens apreendidos

No dia 6 de fevereiro, a Polícia Federal apreendeu diversos bens do empresário, sua mulher, seus filhos e sua ex-mulher, Luma de Oliveira. Dentre eles, havia um Porsche Cayenne.

A apreensão visava garantir os R$ 3 bilhões do empresário que a Justiça mandou bloquear.

Os bens começariam a ser leiloados nesta quinta-feira (26), mas o leilão foi adiado.

Pedido de afastamento

Eike está sendo julgado por crimes contra o mercado financeiro. Ele é acusado de manipulação do mercado e uso de informação privilegiada ao negociar ações da sua petroleira, a OGX (hoje OGPar), o que teria causado prejuízo a investidores.

O julgamento teve sua primeira audiência em novembro de 2014 e ainda não há data para sua retomada.

Os advogados de Eike questionam a imparcialidade do juiz e pediram que ele seja retirado do caso. Para eles, Souza se manifestou publicamente contra Eike na época da audiência, ao dizer que o empresário era "megalomaníaco" e o julgamento era "histórico".

Dois de três embargadores votaram a favor do afastamento, mas o terceiro pediu vistas do processo, fazendo com que a decisão seja adiada.