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Telexfree ganhou US$ 1 bi de quase 2 milhões de pessoas, diz agente nos EUA

Do UOL, em São Paulo

04/03/2015 16h36Atualizada em 04/03/2015 16h36

A Telexfree arrecadou US$ 1,03 bilhão (cerca de R$ 3,07 bilhões) em apenas 16 meses, de acordo com o administrador que cuida do processo de proteção contra a falência (similar à recuperação judicial no Brasil, antiga concordata) da empresa nos Estados Unidos.

As informações são do jornal norte-americano "Boston Globe".

Stephen Darr, administrador designado por uma corte federal nos EUA, disse que o suposto esquema de pirâmide financeira da empresa tinha cerca de 1,9 milhão de participantes.

Segundo Darr, a pirâmide da Telexfree foi a que teve o maior número de membros na história, e a lista de nomes é tão grande que preencheu 35.110 páginas.

São pessoas que pagaram US$ 1.400 (R$ 4.170) com a promessa de que teriam grande grande lucro se fizessem propaganda da empresa na internet e entre familiares e amigos.

Com promessas como essa, de retorno expressivo em pouco tempo, os esquemas de pirâmide financeira são considerados ilegais em muitos países porque só são vantajosos enquanto atraem novos investidores. Assim que os aplicadores param de entrar, o esquema não tem como cobrir os retornos prometidos e entra em colapso. 

Como o número de vítimas do esquema é muito alto, Darr quer criar uma sistema eletrônico para receber denúncias e reclamações.

Ele afirma, porém, que não tem como dizer se a quantidade de vítimas é precisa, uma vez que o acesso aos registros da empresa foram "extremamente limitados e incompletos."

Entenda o caso

A Telexfree entrou em processo de recuperação judicial nos EUA em abril do ano passado, quando promotores e agências reguladores se preparavam para apresentar denúncia de pirâmide financeira à Justiça norte-americana.

A empresa, que vende planos de minutos de telefonia pela internet (VoIP), foi formalmente acusada nos EUA e teve seus bens bloqueados. O esquema tinha foco em imigrantes brasileiros e dominicanos nos EUA e teria movimentado US$ 1,1 bilhão no mundo, segundo a acusação.

A empresa foi proibida de operar no Brasil por decisão da Justiça do Acre de junho de 2013, sob acusação de pirâmide financeira.

Nos EUA, um dos seus fundadores, o norte-americano James Merrill foi preso em Massachusetts (sede da Telexfree nos EUA) e encontra-se em prisão domiciliar, acusado de comandar o esquema ao lado do brasileiro Carlos Wanzeler.

Wanzeler que morava em Massachusetts está no Brasil, segundo seu advogado, e é considerado foragido nos EUA.