Brasileiro prefere 'fundão' de iate porque dá para fazer churrasco
A paixão do brasileiro pelo churrasco e pela cervejinha gelada tem levado a fabricante de barcos de luxo Azimut a adaptar seus modelos.
Os barcos feitos pela empresa em Itajaí (SC) ganham tratamento especial na parte traseira, a mais usada pelo consumidor daqui justamente por causa do espaço para churrasqueira e geladeira.
"No Brasil, vive-se muito mais na popa, a parte traseira do barco. Tivemos muitos pedidos de clientes no sentido de criar esse espaço com um pouco mais de requinte", diz Davide Breviglieri, CEO da Azimut do Brasil.
Segundo ele, fora do Brasil, o flybridge é o lugar mais usado quando o barco está parado. O fly é a parte mais alta do iate, que conta com uma segunda cabine de comando e uma área de convivência.
Barco de alto luxo para driblar a crise
A outra aposta do estaleiro para passar longe da crise são barcos maiores, que têm entre 60 e 83 pés (de 18,2 a 25,2 metros de comprimento) e podem custar mais de R$ 20 milhões, dependendo da configuração interna. Eles geralmente são adquiridos por famílias donas de grandes fortunas.
"Temos modelos de entrada, entre 30 e 40 pés (de 9,1 a 12,1 metros), que custam cerca de R$ 2 milhões. Eles são voltados a empresários e pessoas que ficaram ricas recentemente, por isso estão mais expostos a riscos em momentos de incerteza e falta de confiança na economia", diz Breviglieri.
Para o executivo, adotar estratégias como essas é fundamental para o setor no Brasil. Ele diz que o recente pedido de recuperação judicial da Ferretti prejudicou o mercado.
"Perder um concorrente como a Ferretti não é bom, porque tira a confiança do setor. Esse é um segmento muito complexo e delicado, que depende de muitas variáveis, e a única forma de se sair bem nele é fazer muito planejamento e investir na gestão."
A Azimut planeja produzir 28 novos barcos na temporada de 2015, que teve início em setembro do ano passado e termina em setembro próximo. O número representa um crescimento de 10% na comparação com a temporada anterior.
A empresa, que tem cerca de 150 clientes no país, também está abrindo escritórios nas principais marinas brasileiras. "Queremos nos aproximar mais dos clientes, para ajudá-los nas dificuldades do dia a dia. Por isso estamos investindo em assistência técnica e no pós-venda", diz Breviglieri.
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