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Inovação é pequena por excesso de regras e nível baixo de educação, diz CNI

Do UOL, em São Paulo

12/05/2015 10h30Atualizada em 12/05/2015 11h50

Para seis em cada dez líderes empresariais que comandam negócios inovadores no Brasil, o grau de inovação no país deixa a desejar.

A conclusão é de uma pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) realizada com cem executivos responsáveis pela tomada de decisão em companhias que realizam projetos inovadores. O estudo foi divulgado nesta terça-feira (12).

Segundo a pesquisa, os principais fatores que dificultam a inovação no Brasil são, entre outros, burocracia/regulamentação excessiva (30%), níveis baixos de educação/qualificação de mão de obra (25%), falta de cultura de inovação no país e nas empresas (24%) e falta de incentivos (22%).

A educação é um problema sentido pela maioria dos consultados. Para 89% das empresas consideradas inovadoras, o profissional recém-chegado ao mercado de trabalho não está "suficientemente capacitado"

54% dos líderes responderam que o grau de inovação na indústria brasileira é “baixo” e outros 8% responderam “muito baixo”; 35% afirmaram “nem alto, nem baixo” e apenas 3% classificaram como “alto”. 

Para os empresários que consideram o grau de inovação “baixo” ou “muito baixo”, o principal motivo é que o Brasil está atrasado em relação a outros países, reflexo da defasagem tecnológica acumulada ao longo dos anos. A consequência disso é que a indústria, muitas vezes, acaba por importar ou copiar o que é feito em outros países.

Para os líderes empresarias, falta cultura de inovação nas empresas brasileiras em geral. 

Empresas estão otimistas

Apesar da expectativa de baixo crescimento para o país, os representantes das empresas estão otimistas quanto ao volume de recursos para inovação nos próximos cinco anos: 57% responderam que pretendem “aumentar” ou “aumentar muito” os investimentos. Outros 39% afirmaram que a tendência é permanecer como está.

Em relação ao que o governo deve fazer para aumentar a inovação na indústria brasileira, a simplificação de impostos foi a resposta mais citada.

Os empresários também citam a ampliação e barateamento dos financiamentos em pesquisa e desenvolvimento, a necessidade de conectar empresas a universidades, investimento em educação, facilitação da importação de equipamentos e tecnologia, melhorar o ambiente econômico e gerar confiança, entre outros.

Os líderes empresariais também listaram ações que precisam ser tomadas pelo setor produtivo. Entre elas estão estimular a cultura e a capacitação de profissionais inovadores, ter mais visão estratégica e ousadia, aumentar investimentos em pesquisa e desenvolvimento e novas tecnologias, além de estreitar o relacionamento com universidades.

Amostra da pesquisa

Dos cem líderes ouvidos na pesquisa, 60 são de companhias industriais sorteadas a partir das listas das 250 pequenas e médias empresas que mais cresceram no país nos últimos dois anos, feitas pela consultoria Deloitte e publicadas pela revista Exame

Os outros 40 líderes são de grandes empresas sorteadas a partir da lista de 120 companhias integrantes da Mobilização Empresarial pela Inovação, grupo da CNI que estimula produção inovadora. 

Os setores abordados foram de bens de consumo e de capital, químico e petroquímico, construção civil, farmacêutico, automotivo, eletroeletrônico, têxtil, digital, energético, siderúrgico e metalúrgico, mineração, celulose e papel.

O que é inovação

O significado de inovação usado na pesquisa é de transformação de conhecimento em riqueza. Para isso é preciso educação de qualidade, pesquisa científica e capacidade de gestão.

Os investimentos em inovação garantem o aumento contínuo da produtividade e competitividade da indústria de diversas formas: pela introdução de novos produtos e serviços, processos, métodos e modelos de gestão ou de negócios que agregam valor à produção e ajudam as empresas a criarem mais e melhores empregos.