Bancos no Brasil cobram taxas 'chocantes' para investir em fundos, diz NYT
Os bancos brasileiros cobram, em média, o triplo da taxa dos norte-americanos de quem quer colocar dinheiro em fundos de investimentos, de acordo com o jornal norte-americano “The New York Times”. Aqui, a taxa vai de 2,13% a 3,14% por ano (para fundos de investimento baseados em ações e sem exigência de taxa mínima, respectivamente); nos Estados Unidos, ela é de 0,7%, em média.
O jornal ouviu especialistas brasileiros, que explicaram que as taxas aqui são mais altas porque os clientes fazem tudo por meio do banco: têm conta corrente, cartão de crédito, seguros, entre outros serviços. Não seria diferente, portanto, com quem quer investir em fundos.
Além da concentração de operações financeiras, o jornal também cita a concentração empresarial: os três gigantes Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4) são responsáveis por gerenciar quase a metade de todo o dinheiro movimentado em fundos de investimento no Brasil (são R$ 2,7 trilhões no total, segundo o NYT).
Além disso, as taxas anuais cobradas pelos bancos brasileiros em comparação com o serviço oferecido "chocaria" os norte-americanos, segundo o jornal. Enquanto nos Estados Unidos algumas companhias cobram uma taxa fixa de US$ 50 ou um percentual de menos de 0,25% ao ano sobre os investimentos, aqui, as taxas de administração variam de 3,5% a 4,5% ao ano (para fundos que investem em títulos do governo, por exemplo).
Os gestores de fundos ouvidos pelo jornal culpam a lei brasileira sobre as operações financeiras pelas altas taxas cobradas. Aqui, os gestores de fundos são obrigados a enviar um resumo das operações por correio, todos os meses, para todos os seus clientes; também é necessário fazer uma assembleia com todos os investidores ao menos uma vez por ano.
O gestor também é obrigado a preparar um relatório das operações diárias e apresentá-lo a qualquer investidor que solicitar.
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