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TPM mimimi, cerveja sensual e esmalte machista: relembre anúncios polêmicos

Do UOL, em São Paulo

25/06/2015 06h00

Dizem que a propaganda é a alma do negócio. Mas algumas delas podem atrapalhar a imagem da empresa em vez de ajudá-la. Isso porque não só de boas propagandas vivem os publicitários: muitas têm causado polêmica e dado bola fora por aí.

Aconteceram casos recentes, como o do "mimimi da TPM" e o uma campanha de cerveja considerada "sensual demais"  pelo Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), órgão que que regula o mercado publicitário.

O público não perdoa. Se não gostou, xinga mesmo no Twitter, no Facebook, ou faz reclamações ao Conar.

Por recomendações do órgão ou mesmo pelo reconhecimento de terem errado na dose, muitas empresas acabam tirando campanhas do ar ou modificando-as.

Relembre alguns comerciais que  foram alvo de polêmicas.

Cerveja e uma propaganda “sensual demais” 
itaipava - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Uma campanha da Itaipava recebeu críticas, e o Conar recomendou a suspensão por "apelo excessivo à sensualidade". No cartaz, uma modelo segura uma cerveja logo abaixo do número "300 ml".  Na outra mão, ela mostra outra cerveja, perto da mensagem "350 ml".  Embaixo dos seios da modelo aparece escrito "600 ml". A propaganda conclui com a frase: "Faça sua escolha". 

"Esqueci o 'não' em casa"
skol - campanha carnaval 1 - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Uma campanha da Skol para o carnaval teria incentivado o assédio às mulheres, de acordo com internautas em redes sociais. O anúncio dizia: "Esqueci o 'não' em casa" e "Topo antes de saber a pergunta".  Após críticas, a Skol alterou a publicidade para: "Não deu jogo? Tire o time de campo". 

skol - anúncio carnval - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Mimimi em remédio de cólica

A propaganda da Novalfem, marca de remédio contra cólica menstrual, foi acusada de machismo e de equiparar as dores que mulheres sentem a frescura. A empresa cancelou a sua nova campanha, veiculada na internet, após as críticas nas redes sociais.

O clipe apresenta a cantora Preta Gil dizendo frases "Sem Mimimi, Mimimi, Mimimi" e "Quando tô na balada, curtindo o batidão, você está em casa, mas que situação".

Esmaltes com supostas frases machistas
risqué - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

A campanha publicitária "Homens que Amamos", da marca de esmaltes Risqué, foi acusada de machista nas redes sociais.

A marca deu a seus esmaltes nomes como "Fê mandou mensagem", "João disse eu te amo", "Leo mandou flores" e "André fez o jantar". A Risqué foi criticada por pessoas que questionaram se esses gestos seriam dignos de homenagem.

“Sabe de nada, inocente”  

A propaganda do site de classificados Bom Negócio chegou a ser vetada e depois liberada pelo Conar, pois usava a palavra “ordinária” para se referir a uma mulher. No comercial, o cantor Compadre Washington faz o papel de um aparelho de som antigo que elogia uma mulher ao vê-la entrar na piscina. Ela está ao lado do marido.

"Que abundância, meu irmão. Assim você vai matar papai, viu? Esse aí é que é seu marido, é? Sabe de nada, inocente! Vem, vem, ordiná...", diz o cantor. A palavra "ordinária" não chega a ser pronunciada por inteiro.

Petrobras e os desafios da corrupção

Envolvida em um escândalo de corrupção, a Petrobras também teve problemas com anúncios. O Conar recomendou mudanças em um comercial de TV, chamado "Petrobras - Ontem, hoje e sempre superando desafios. Todos eles".

A crítica é que a campanha trata a corrupção na empresa como um "desafio a ser superado". O argumento é que corrupção não é desafio, mas ato ilícito a ser apurado e punido.

Homenagem no Dia da Empregada é acusada de racista 
Anúncio mostra Tânia Aparecida, eleita "melhor doméstica do Brasil" no Raul Gil - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Imagem: Reprodução/Facebook

A Bombril quis fazer uma homenagem no Dia da Empregada Doméstica, mas acabou acusada de racismo. Campanha no Facebook trazia uma mulher negra representando uma empregada. Internautas criticaram, porque, segundo eles, os demais anúncios da empresa -que tratam de bem-estar e cuidados com a casa- trazem personagens brancos.

Até ministério é criticado
Campanha do ministério da Justiça para conscientizar jovens dos riscos dos jovens, divulgada nas redes sociais, foi criticada como "machista", "moralista" e "hipócrita". Um dos comentários à peça, que foi retirada pelo ministério, questionava a figura feminina: "Por que o alvo da campanha é uma mulher? Vocês querem dar a entender que se a mulher beber demais e for humilhada e violentada de alguma forma, a culpa é dela, e não de quem violentou e de quem expôs?". O ministério da Justiça se desculpou após a retirada - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Imagem: Reprodução/Facebook

Não são apenas empresas que erram. Uma campanha do Ministério da Justiça (MJ) com objetivo de desestimular o consumo de álcool entre os jovens foi considerada por internautas como "machista", "moralista" e "hipócrita".

A página do ministério publicou uma imagem de uma mulher com expressão apreensiva enquanto outras duas riem ao fundo. Sobre a imagem, a mensagem: "Bebeu demais e esqueceu do que fez? Seus amigos irão lembrar por muito tempo". Em seguida, o slogan reforça: "Bebeu, perdeu. Curta a vida sem beber".

Órgão que julga propagandas também não escapou

Comerciais do próprio Conar também foram alvos de crítica. O órgão colocou no ar duas propagandas que, com cenas de humor, indiretamente criticam queixas politicamente corretas levadas ao órgão.

As campanhas provocaram reclamações e viraram alvo de processo dentro do próprio Conar.