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Dono de Cartier e Montblanc diz perder o sono com desigualdade e desemprego

Szekszter/Wikimedia Commons - https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Rupert-Johann-2004.jpg#/media/File:Rupert-Johann-2004.jpg
Imagem: Szekszter/Wikimedia Commons - https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Rupert-Johann-2004.jpg#/media/File:Rupert-Johann-2004.jpg

Do UOL, em São Paulo

30/06/2015 06h00

O bilionário sul-africano Johann Rupert, 65, dono de um patrimônio de cerca de US$ 7,5 bilhões, segundo a Bloomberg, não dorme direito à noite por causa da desigualdade, do desemprego causado pela tecnologia e a tensão social que isso cria.

Ele se diz preocupado com os avanços da inteligência artificial e de robôs na indústria e na economia, o que deve causar a substituição de pessoas e o desemprego em massa.

“Como a sociedade vai lidar com o desemprego estrutural e a inveja, o ódio e uma guerra de classes?”, questionou em um discurso durante evento em Mônaco no início de junho.

“Nós estamos destruindo a classe média, e isso vai nos afetar. Isso me deixa acordado à noite”, afirmou.

“Não dá pra 0,1% do 0,1% [dos mais ricos do mundo] ficarem com todas as vantagens. É injusto e pouco sustentável”, disse.

Johan Rupert é dono da Richemont, empresa suíça que agrega mais de 20 marcas de luxo, como a joalheria Cartier, a grife Chloé e a fabricante de canetas Montblanc.

Pessimismo

Rupert é conhecido no meio como “Rupert, o urso”, por causa da sua visão pessimista sobre a economia.

Na gíria do mercado financeiro, “bear market”, o urso, é uma expressão usada quando a tendência de um ativo é de queda (em oposição ao touro, “bull market”, usado quando a tendência é de alta).

Além de possuir a empresa de luxo, ele também foi presidente de um banco de investimentos. Rupert se refere a si mesmo como “uma prostituta aposentada”.

“Estamos à beira de uma grande mudança social. Acostumem-se a ela. E estejam preparados”, aconselhou.

(Com Bloomberg)

CORREÇÃO: Bilionário não perde sono com revolução dos pobres, mas com desigualdade 

Especialista explica a desigualdade global com sete bolas de neve