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Governo anuncia R$ 186 bilhões em investimento em energia elétrica até 2018

Do UOL, em São Paulo

11/08/2015 11h08Atualizada em 11/08/2015 11h49

O governo federal anunciou um pacote de investimentos de R$ 116 bilhões em geração e R$ 70 bilhões em transmissão de energia elétrica até o final de 2018. O anúncio do chamado Plano de Investimento em Energia Elétrica (PIEE) foi feito nesta terça-feira (11) pelo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, em cerimônia no Palácio do Planalto.

Os R$ 186 bilhões são de novo projetos que devem ser contratados entre setembro de 2015 e o fim de 2018, e se somam a outros R$ 114 bilhões que já estão sendo aplicados, segundo o governo.

O plano prevê estender as linhas de transmissão de energia por mais 37,6 mil quilômetros e aumentar entre 25 mil megawatts (MW) e 31,5 mil MW a energia fornecida ao sistema com novas usinas.

Segundo o ministro, o país deve chegar a 2018 "com um sistema elétrico mais robusto, com custos declinantes e competitivos com o mercado internacional".

Destaque para hidrelétricas no rio Tapajós (PA)

Entre as obras planejadas, o ministro destacou a construção das hidrelétricas de Tapajós e Jatobá, ambas no rio Tapajós, no Pará. "Nosso objetivo é fazer esses leilões até o final deste ano", disse Braga.

As usinas hidrelétricas predominam na geração de energia atualmente, mas as novas usinas terão um papel secundário nesse novo programa. Menos da metade do aumento de geração de energia até 2018 vai depender dos rios. Nos novos projetos, as hidrelétricas correspondem a 11 mil MW --só a usina de São Luiz do Tapajós e de Jatobá, no rio Tapajós (PA), somam 10.378 MW.

As usinas eólicas, por sua vez, vão acrescentar de 4.000 a 6.000 MW. A fonte solar, ainda muito pouco usada, terá mais 3.500 a 4.500 MW. Térmicas a biomassa totalizam 2.500 a 3.500 MW. Há uma previ são de 3.000 a 5.000 MW de térmicas movidas a combustíveis fósseis (óleo, gás natural ou carvão). Pequenas centrais hidrelétricas representam 1.000 a 1.500 MW.

Governo barateou luz em 2012; em 2015, alta chega a 42%

Em 2012, uma medida do governo fez com que as empresas de energia reduzissem suas tarifas em cerca de 20%. Isso só foi possível porque, em troca, elas ganharam o direito se renovar seus contratos com o governo sem passar por novas licitações.

Especialistas dizem que a redução foi um erro porque, de lá pra cá, o custo de produzir e transmitir energia subiu, e as empresas não conseguiram fechar suas contas.

O custo subiu porque, além do consumo de energia ter subido, o país passou por um período de seca, que deixou os reservatórios das usinas hidrelétricas em níveis baixos. Para compensar a produção menor de energia de fonte hídrica, o governo acionou as usinas térmicas, a combustíveis como gás e petróleo, que são mais caras.

Para pagar o custo maior com térmicas e para que as empresas de energia conseguissem pagar suas dívidas, o governo autorizou diversos aumentos na conta de luz neste ano, por meio da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

No primeiro semestre, as contas ficaram 42% mais caras, em média, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Pacotes de infraestrutura

No começo de junho, o governo anunciou um pacote de concessões e investimentos em infraestrutura estimado em R$ 198,4 bilhões. Na segunda etapa do chamado Programa de Investimento em Logística, estão previstos R$ 66,1 bilhões de investimentos em rodovias; R$ 86,4 bi em ferrovias; R$ 37,5 bi em portos e R$ 8,5 bi em e aeroportos.

No fim de junho, quando estava em visita aos EUA, a presidente Dilma Rousseff tinha adiantado que esse plano focado em energia seria anunciado em agosto.

Agenda positiva

Esses planos são vistos como parte da estratégia do governo de adotar uma “agenda positiva” em meio à crise econômica e política, com os baixos índices de popularidade da presidente e o crescimento das manifestações a favor do impeachment

De acordo com o boletim Focus, elaborado pelo Banco Central com base em informações do mercado, a expectativa é de que o PIB brasileiro tenha uma retração de 1,97% em 2015 e inflação de 9,32%.

Em julho, o IBGE anunciou que a taxa de desemprego chegou a 6,9% em junho, a maior taxa para o mês desde 2010, quando a taxa tinha sido de 7%.

(Com agências de notícias)