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Boneco de Lula presidiário mostra que brilho do PT acabou, diz ex-ministro

Do UOL, em São Paulo

28/08/2015 11h20

O uso de um boneco gigante inflável com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como presidiário, nas manifestações de 16 de agosto contra o governo Dilma, é o símbolo do fim do ciclo do PT.

A avaliação é do economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente do BNDES e ex-ministro das Comunicações (governo FHC).

"Estamos vivendo o fim de uma hegemonia [domínio], que é a hegemonia do PT. Essa hegemonia acabou, perdeu todo o brilho dela. Quando vejo aquele boneco gigante do Lula de presidiário... Agora há um vazio político a ser preenchido. Não tenho dúvida que ao longo dos próximos meses vamos construir uma nova hegemonia politica que vai levar o país para frente."

Mendonça de Barros, no entanto, critica o excesso de pessimismo sobre o tamanho da crise. "Não vejo o que nós estamos vivendo atualmente como uma crise dramática, uma crise terminal. O Brasil é um país maravilhoso no sentido da capacidade de sair de crises. O Brasil tem um padrão de sair de crises. Sai melhor do que entrou."

As declarações foram feitas durante um programa Roda Viva especial apresentado pela TV Cultura, de São Paulo, na quinta-feira (27) para debater saídas à crise política e econômica do país.

Alem de Mendonça de Barros, estiveram presentes o economista e ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega (governo José Sarney); o presidente da OAB-SP, Marcos da Costa; o consultor político e professor de comunicação política da USP Gaudêncio Torquato; e o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Fernando Capez (PSDB).

Veja algumas frases de destaque do programa e seus autores entre parênteses:

- "Esta é a mais contundente crise da nossa história contemporânea." (Torquato)

- "Não é a maior crise. Já houve coisa muito pior, como a renúncia de Jânio Quadros, em 1961" (Mailson).

- "Na economia, está longe de ser a pior. A maior foi no fim do governo Sarney (1989)" (Mailson)

- "É a maior crise em volume de corrupção. A corrupção não é ocasional, estamos falando de corrupção sistêmica." (Capez)

- "O que é mais grave é a crise moral e ética, a corrupção sistemática. Isso ninguém viu na história do Brasil" (Mailson)

- "Mas estamos exagerando a gravidade dessa crise. Ela não nos levará a hiperinflação, ao rompimento democrático." (Mailson)

- "O governo diz que vai cortar 10 ministérios, mas não sabe quais. Está mais perdido que cachorro em dia de mudança." (Capez)

- "O melhor julgamento de Dilma vai ser a urna." (Mailson)

- "O PT só tem duas opções para 2018; perder de forma humilhante ou perder de forma digna" (Mailson)

- "Temos de nos preparar para um governo Dilma longo." (Mendonça de Barros)